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Íamos um dia, já faz tantos anos, por uma estrada de Castela e, lá longe, no campo, presenciamos uma cena que me tocou e que em muitas ocasiões me serviu para a minha oração: vários homens, depois de cravarem com força na terra umas estacas, utilizaram-nas para segurar verticalmente uma rede e formar o redil. Mais tarde, aproximaram-se do local os pastores com as suas ovelhas e cordeiros; chamavam-nos pelo nome; e, um a um, entravam no aprisco, para estarem todos juntos, seguros.

E eu, meu Senhor, lembro-me hoje de modo particular desses pastores e desse redil, porque todos nós, que aqui estamos reunidos para conversar contigo - e outros muitos no mundo inteiro -, nos sentimos metidos na tua malhada. Tu mesmo o disseste: Eu sou o Bom Pastor e conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas me conhecem. Tu nos conheces bem; sabes que queremos ouvir, escutar e secundar sempre atentamente os teus assobios de Pastor Bom, porque a vida eterna consiste em conhecer-te a ti, único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, que Tu enviaste.

Enamora-me tanto a imagem de Cristo, rodeado à direita e à esquerda pelas suas ovelhas, que a mandei colocar no oratório onde celebro habitualmente a Santa Missa; e em outros lugares, como despertador da presença de Deus, fiz gravar as palavras de Jesus: Cognosco oves meas etcognoscunt me meae*, para considerarmos a todo o momento que Ele nos repreende, ou nos instrui e nos ensina como o pastor à sua grei. Vem, pois, muito a propósito esta evocação das terras de Castela.

(*) “Conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas me conhecem” (N. do T.).

Referências da Sagrada Escritura
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