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Bastam uns traços do Amor de Deus que se encarna, e logo a sua generosidade nos toca a alma, nos inflama, nos arrasta com suavidade a uma dor contrita pelo nosso comportamento, em tantas ocasiões mesquinho e egoísta. Jesus Cristo não tem inconveniente em rebaixar-se, para nos elevar da miséria à dignidade de filhos de Deus, de irmãos seus. Tu e eu, pelo contrário, com freqüência nos orgulhamos nesciamente dos dons e talentos recebidos, até os convertermos em pedestal para nos impormos aos outros, como se o mérito de umas ações, acabadas com uma perfeição relativa, dependesse exclusivamente de nós: Que tens tu que não hajas recebido de Deus? E, se o recebeste, por que te glorias como se não o tivesses recebido?

Ao considerarmos a entrega de Deus e o seu aniquilamento - digo-o para que o meditemos, pensando cada um em si mesmo -, a vanglória, a presunção do soberbo revela-se como um pecado horrendo, precisamente porque coloca a pessoa no extremo oposto ao do modelo que Jesus Cristo nos apontou com a sua conduta. Pensemo-lo devagar. Ele se humilhou, sendo Deus. O homem, empertigado no seu próprio eu, pretende enaltecer-se a todo o custo, sem reconhecer que está feito de mau barro de moringa.

Referências da Sagrada Escritura
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