135

Vejamos outros exemplos, também da vida corrente. São Paulo os menciona: Todos os que combatem na arena de tudo se abstêm, e isso para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível. Basta-vos lançar um olhar ao vosso redor. Reparai a quantos sacrifícios se submetem, de boa ou má vontade, eles e elas, para cuidar do corpo, para defender a saúde, para conseguir a estima alheia… Não seremos nós capazes de deixar-nos impressionar por esse imenso amor de Deus, tão mal correspondido pela humanidade, mortificando o que tiver de ser mortificado, para que a nossa inteligência e o nosso coração vivam mais atentos ao Senhor?

Distorceu-se de tal forma o sentido cristão em muitas consciências, que, ao ouvirem falar de mortificação e penitência, só pensam nesses grandes jejuns e cilícios que se mencionam nos admiráveis relatos de algumas biografias de santos. Ao iniciarmos esta meditação, estabelecemos a premissa evidente de que temos que imitar Jesus Cristo, como modelo de conduta. Não há dúvida de que Ele preparou o começo da sua pregação retirando-se ao deserto, a fim de jejuar durante quarenta dias e quarenta noites, mas antes e depois praticou a virtude da temperança com tanta naturalidade que os seus inimigos se aproveitaram disso para tachá-lo caluniosamente de homem glutão e bebedor, amigo de publicanos e de gente de má vida.

Referências da Sagrada Escritura
Este ponto em outro idioma