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Sabeis perfeitamente, porque o ouvistes e meditastes com freqüência, que Jesus Cristo é o nosso modelo, o modelo de todos os cristãos. Assim o ensinastes, além disso, a tantas almas, nesse apostolado - relacionamento humano com sentido divino - que já faz parte do vosso eu; e assim o recordastes, quando era conveniente, servindo-vos desse meio maravilhoso que é a correção fraterna, para que a pessoa que vos escutava comparasse o seu comportamento com o do nosso Irmão primogênito, o Filho de Maria, Mãe de Deus e Mãe nossa.

Jesus é o modelo. Disse-o Ele: Discite a me, aprendei de Mim. E hoje desejo falar-vos de uma virtude que, sem ser a única nem a primeira, no entanto, atua na vida cristã como o sal que preserva da corrupção, e que constitui a pedra de toque para a alma apostólica: a virtude da santa pureza.

A caridade teologal surge-nos, sem dúvida, como a mais alta das virtudes. Mas a castidade é o meio sine qua non, uma condição imprescindível para se atingir o diálogo íntimo com Deus. E quando não é observada, quando não se luta, acaba-se cego; não se vê nada, porque o homem animal não pode perceber as coisas que são do Espírito de Deus.

Nós queremos olhar com olhos limpos, animados pela pregação do Mestre: Bem-aventurados os que têm o coração puro, porque verão a Deus. A Igreja apresentou sempre estas palavras como um convite à castidade. Guardam um coração sadio, escreve São João Crisóstomo, os que possuem uma consciência completamente limpa ou os que amam a castidade. Nenhuma virtude é tão necessária como esta para ver a Deus.

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