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Procuremos fomentar no fundo do coração um desejo ardente, uma ânsia grande de alcançar a santidade, ainda que nos contemplemos cheios de misérias. Não nos assustemos. À medida que se avança na vida interior, percebem-se com mais clareza os defeitos pessoais. Acontece que a ajuda da graça se transforma numa espécie de lente de aumento, e até a partícula mais minúscula de pó, o grãozinho de areia quase imperceptível, aparecem com dimensões gigantescas, porque a alma adquire a finura divina, e mesmo a menor das sombras incomoda a consciência, que só se satisfaz com a pureza de Deus. Dize agora ao Senhor, do fundo do teu coração: Senhor, quero de verdade ser santo, quero de verdade ser um digno discípulo teu e seguir-te sem condições. E logo a seguir deves fazer o propósito de renovar diariamente os grandes ideais que te animam neste momento.

Jesus, se nós, os que estamos reunidos no teu Amor, fôssemos perseverantes! Se conseguíssemos traduzir em obras esses anelos que Tu mesmo despertas na nossa alma! Perguntai-vos com muita freqüência: Eu, para que estou na terra? E assim procurareis atingir o perfeito acabamento - cheio de caridade - nas tarefas que empreenderdes em cada jornada e no cuidado com as coisas pequenas. Prestaremos atenção ao exemplo dos santos: pessoas como nós, de carne e osso, com fraquezas e debilidades, que souberam vencer e vencer-se por amor de Deus. Consideraremos a sua conduta e - como as abelhas, que destilam de cada flor o néctar mais precioso - aproveitaremos com as suas lutas. Vós e eu aprenderemos também a descobrir muitas virtudes naqueles que nos rodeiam - dão-nos lições de trabalho, de abnegação, de alegria… -, e não nos deteremos demasiado nos seus defeitos, a não ser quando for imprescindível para os ajudarmos com a correção fraterna.

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