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Gosto de voltar com a imaginação àqueles anos em que Jesus permaneceu junto de sua Mãe, e que abarcam quase toda a vida de Nosso Senhor neste mundo. Vê-lo pequeno, quando Maria cuida dEle e o beija e o entretém. Vê-lo crescer, diante dos olhos enamorados de sua Mãe e de José, seu pai na terra. Com quanta ternura e com quanta delicadeza Maria e o Santo Patriarca se ocupariam de Jesus durante a sua infância, e, em silêncio, aprenderiam muito e constantemente dEle! As suas almas ir-se-iam amoldando à alma daquele Filho, Homem e Deus. Por isso a Mãe - e, depois dEla, José - conhece como ninguém os sentimentos do Coração de Cristo, e os dois são o melhor caminho - eu afirmaria que o único - para chegar ao Salvador.

Que em cada um de vós, escrevia Santo Ambrósio, esteja a alma de Maria, para louvar o Senhor; que em cada um esteja o espírito de Maria, para se alegrar em Deus. E este Padre da Igreja acrescenta umas considerações que à primeira vista parecem atrevidas, mas que têm um sentido espiritual claro para a vida do cristão: Segundo a carne, uma só é a Mãe de Cristo; segundo a fé, Cristo é fruto de todos nós.

Se nos identificarmos com Maria, se imitarmos as suas virtudes, poderemos conseguir que Cristo nasça, pela graça, na alma de muitos que se identificarão com Ele pela ação do Espírito Santo. Se imitarmos Maria, participaremos de algum modo da sua maternidade espiritual. Em silêncio, como Nossa Senhora; sem que se note, quase sem palavras, com o testemunho íntegro e coerente de uma conduta cristã, com a generosidade de repetir sem cessar um fiat - faça-se - que se renova como algo de íntimo entre nós e Deus.

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