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Começamos com orações vocais, que muitos de nós repetimos quando crianças: são frases ardentes e singelas, dirigidas a Deus e à sua Mãe, que é nossa Mãe. Ainda hoje, de manhã e à tarde, não um dia, mas habitualmente, renovo o oferecimento de obras que os meus pais me ensinaram: Ó Senhora minha, ó minha Mãe! Eu me ofereço todo a Vós. E, em prova do meu filial afeto para convosco, vos consagro neste dia os meus olhos, os meus ouvidos, a minha boca, o meu coração… Não será isto - de certa maneira - um princípio de contemplação, demonstração evidente de confiado abandono? O que é que dizem um ao outro os que se amam, quando se encontram? Como se comportam? Sacrificam tudo o que são e tudo o que possuem pela pessoa amada.

Primeiro uma jaculatória, e depois outra, e mais outra…, até que parece insuficiente esse fervor, porque as palavras se tornam pobres…, e se dá passagem à intimidade divina, num olhar para Deus sem descanso e sem cansaço. Vivemos então como cativos, como prisioneiros. Enquanto realizamos com a maior perfeição possível, dentro dos nossos erros e limitações, as tarefas próprias da nossa condição e do nosso ofício, a alma anseia por escapar-se. Vamos rumo a Deus, como o ferro atraído pela força do ímã. Começamos a amar Jesus de forma mais eficaz, com um doce sobressalto.

Referências da Sagrada Escritura
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