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Talvez me digas: E por que havia eu de me esforçar? Não sou eu quem te responde, mas São Paulo: O amor de Cristo nos compele. Todo o espaço de uma existência é pouco para dilatares as fronteiras da tua caridade. Desde os primeiríssimos começos do Opus Dei, manifestei o meu grande empenho em repetir sem descanso, para as almas generosas que se decidissem a traduzi-lo em obras, aquele grito de Cristo: Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros. Conhecer-nos-ão precisamente por isso, porque a caridade é o ponto de arranque de qualquer atividade de um seguidor de Cristo.

Ele, que é a própria pureza, não garante que conheçam os seus discípulos pela limpeza da sua vida. Ele, que é a sobriedade, que nem sequer dispõe de uma pedra onde reclinar a cabeça, que passou tantos dias em jejum e em retiro, não diz aos Apóstolos: conhecer-vos-ão como

meus escolhidos por não serdes comilões nem bebedores.

A vida sem mancha de Cristo era - como foi e será em todos os tempos - um bofetão na sociedade da época, como a de agora, com freqüência tão podre. A sua sobriedade, outro látego para os que se banqueteavam continuamente e provocavam o vômito depois de se fartarem, para poderem continuar a comer, cumprindo à letra as palavras de Saulo: convertiam o seu ventre num Deus.

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