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Consideremos agora a parábola daquele homem que, estando para empreender uma viagema terras longínquas, chamou os seus servos e entregou-lhes os seus bens. Confia a cada um uma quantia diferente, para ser administrada na sua ausência. Parece-me muito conveniente repararmos na conduta daquele que recebeu um talento: comporta-se de uma forma que se poderia qualificar como “esperteza de matuto”. Pensa, raciocina com aquele cérebro pequenino, e decide: cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor.

Que ocupação escolherá depois esse homem, se abandonou o seu instrumento de trabalho? Decide optar irresponsavelmente pelo comodismo de devolver apenas o que lhe entregaram. Dedicar-se-á a matar os minutos, as horas, os dias, os meses, os anos, a vida! Os outros afadigam-se, negociam, empenham-se nobremente em restituir mais do que receberam; aliás, o legítimo fruto, porque a recomendação foi muito concreta: Negotiamini dum venio, negociai até que eu volte: encarregai-vos deste trabalho para conseguirdes algum lucro, até que o dono regresse. Mas ele não; ele inutiliza a sua existência.

Referências da Sagrada Escritura
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