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Meu, meu, meu…, pensam, dizem e fazem muitos. Que coisa tão aborrecida! Comenta São Jerônimo que verdadeiramente o que está escrito: “para procurar desculpas para os seus pecados” (Ps CXL, 4) acontece com essa gente que, ao pecado da soberba, acrescenta a preguiça e a negligência.

É a soberba que conjuga continuamente esse meu, meu, meu… Um vício que converte o homem numa criatura estéril, que lhe anula as ânsias de trabalhar por Deus e que o leva a desaproveitar o tempo. Não percas a tua eficácia, aniquila antes o teu egoísmo. A tua vida para ti? A tua vida para Deus, para o bem de todos os homens, por amor ao Senhor. Desenterra esse talento! Torna-o produtivo, e saborearás a alegria de saber que, neste negócio sobrenatural, não interessa que o resultado não seja, na terra, uma maravilha que os homens possam admirar. O essencial é entregar tudo o que somos e possuímos, procurar que o talento renda e empenhar-nos continuamente em produzir bom fruto.

Deus concede-nos talvez um ano mais para o servirmos. Não penses em cinco nem em dois. Pensa só neste: em um, no que começamos. E entrega-o, não o enterres! Esta há de ser a nossa determinação.

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