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Este é o fruto da oração de hoje: que nos convençamos de que o nosso caminhar na terra - em todas as circunstâncias e em todas as épocas - é para Deus; de que é um tesouro de glória, um traslado do Céu; de que é nas nossas mãos uma maravilha que temos de administrar, com senso de responsabilidade e de olhos postos nos homens e em Deus; sem que seja necessário mudar de estado, no meio da rua, santificando a nossa profissão ou o nosso ofício, a vida no lar, as relações sociais e todas as atividades que parecem apenas terrenas.

Quando tinha vinte e seis anos e percebi em toda a sua profundidade o compromisso de servir o Senhor no Opus Dei, pedi-lhe com toda a minha alma oitenta anos de gravidade. Pedia mais anos ao meu Deus - com ingenuidade de principiante, infantil - para saber utilizar o tempo, para aprender a aproveitar cada minuto a seu serviço. O Senhor sabe conceder essas riquezas. Talvez tu e eu cheguemos a poder dizer: Entendi mais que os anciãos, porque cumpri os teus preceitos. A juventude não há de ser sinônimo de leviandade, assim como pentear cãs não significa necessariamente prudência e sabedoria.

Vamos juntos à presença da Mãe de Cristo. Mãe nossa, tu, que viste crescer Jesus, que o viste aproveitar a sua passagem entre os homens, ensina-me a utilizar os meus dias em serviço da Igreja e das almas. Mãe boa, ensina-me a ouvir no mais íntimo do coração, como uma censura carinhosa, sempre que seja necessário, que o meu tempo não me pertence, porque é do Pai Nosso que está nos Céus.

Referências da Sagrada Escritura
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