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E como conseguirei - parece que me perguntas - atuar sempre com esse espírito, de modo a concluir com perfeição o meu trabalho profissional? A resposta não é minha; vem de São Paulo: Trabalhai varonilmente e animai-vos mais e mais. Todas as vossas obras sejam feitas em caridade. Fazei tudo por Amor e livremente; não deis nunca lugar ao medo ou à rotina: servi o nosso Pai-Deus.

Gosto muito de repetir - porque tenho boa experiência disso - aqueles versos de pouca arte, mas muito expressivos: Minha vida é toda de amor / e, se em amor sou sabido, / é só por força da dor, / que não há amante melhor / que o que muito tem sofrido*. Ocupa-te dos teus deveres profissionais por Amor; leva a cabo todas as coisas por Amor, insisto, e verificarás - precisamente porque amas, ainda que saboreies a amargura da incompreensão, da injustiça, do desagradecimento e até do próprio fracasso humano - as maravilhas que o teu trabalho produz. Frutos saborosos, semente de eternidade!

(*) Mi vida es toda de amor / y, si en amor estoy ducho, / es por fuerza del dolor, / que no hay amante mejor / que aquel que ha sufrido mucho (N. do T.).

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