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Há 12 pontos em "Amigos de Deus", cuja matéria seja Co-redentores → fermento de caridade.

Quando meditamos naquelas palavras de Nosso Senhor: Eu me santifico a mim mesmo por amor deles, para que eles também sejam santificados na verdade, compreendemos claramente o nosso único fim: a santificação, ou melhor, que devemos ser santos para santificar. Ao mesmo tempo, talvez nos assalte, como uma sutil tentação, o pensamento de que somos muito poucos os que estamos decididos a corresponder a esse convite divino, além de que nos vemos como instrumentos de muito pouca categoria. É verdade, somos muito poucos, em comparação com o resto da humanidade, e pessoalmente não valemos nada. Mas a afirmação do Mestre ressoa com autoridade: o cristão é luz, sal, fermento do mundo, e um pouco de levedura faz fermentar toda a massa. Precisamente por isso, sempre preguei que nos interessam todas as almas - de cem, cem -, sem discriminações de gênero algum, na certeza de que Jesus Cristo a todos nos redimiu, e quer empregar uns poucos, apesar da sua nulidade pessoal, para que dêem a conhecer esta salvação.

Um discípulo de Cristo jamais tratará mal pessoa alguma; ao erro chama erro, mas, a quem está errado, deve corrigi-lo com afeto; senão, não poderá ajudá-lo, não poderá santificá-lo. Temos que conviver, temos que compreender, temos que desculpar, temos que ser fraternos; e, como aconselhava São João da Cruz, em todo o momento é preciso pôr amor onde não há amor, para tirar amor, mesmo nessas circunstâncias aparentemente intranscendentes que o trabalho profissional e as relações familiares e sociais nos oferecem. Portanto, tu e eu aproveitaremos até as oportunidades mais banais que se nos apresentem para nos santificarmos e para santificar os que conosco partilham dos mesmos anseios cotidianos, sentindo na nossa vida o peso doce e sugestivo da corredenção.

Não odiar o inimigo, não retribuir o mal com o mal, renunciar à vingança, perdoar sem rancor, eram coisas que então - e ainda hoje, não nos enganemos - se consideravam como uma conduta insólita, demasiado heróica, fora dos padrões normais. Até aqui chega a mesquinhez das criaturas.

Jesus Cristo, que veio salvar todos os homens e deseja associar os cristãos à sua obra redentora, quis ensinar aos seus discípulos - a ti e a mim - uma caridade grande, sincera, mais nobre e valiosa: devemos amar-nos mutuamente como Ele ama a cada um de nós. Só desta maneira, imitando - dentro da nossa rudeza pessoal - os modos divinos, conseguiremos abrir o nosso coração a todos os homens, amar de um modo mais alto, inteiramente novo.

Que bem puseram os primeiros cristãos em prática esta caridade ardente, que sobressaía com excesso para lá dos cumes da simples solidariedade humana ou da benignidade de caráter! Amavam-se entre si, doce e fortemente, enraizados no Coração de Cristo. Um escritor do século II, Tertuliano, transmitiu-nos o comentário que os pagãos faziam ao contemplarem, comovidos, a conduta dos fiéis do seu tempo, tão cheia de atrativo sobrenatural e humano: Vede como se amam, repetiam.

Se percebes que tu - agora ou em tantos pormenores do teu dia - não mereces esse louvor, que o teu coração não reage como devia às instâncias divinas, pensa também que chegou para ti o tempo de retificar. Atende ao convite de São Paulo: Façamos o bem a todos, especialmente aos que pela fé pertencem à nossa própria família, ao Corpo Místico de Cristo.

O principal apostolado que nós, os cristãos, temos de realizar no mundo, o melhor testemunho de fé, é contribuir para que dentro da Igreja se respire o clima da autêntica caridade. Quando não nos amamos de verdade, quando há ataques, calúnias e rixas, quem se sentirá atraído pelos que se apresentam como mensageiros da Boa Nova do Evangelho?

É muito fácil, e está muito de acordo com a moda, afirmar com a boca que se ama a todas as criaturas, quer creiam ou não. Mas, se quem fala assim maltrata os irmãos na fé, duvido que na sua conduta exista algo diferente do palavreado hipócrita. Pelo contrário, quando amamos no Coração de Cristo os que conosco são filhos de um mesmo Pai, estão associadosnuma mesma fé e são herdeiros de uma mesma esperança, a nossa alma se engrandece e arde em ânsias de que todos se aproximem de Nosso Senhor.

Venho recordando-vos as exigências da caridade, e talvez um ou outro possa pensar que está faltando precisamente essa virtude nas palavras que acabo de pronunciar. Nada de mais oposto à realidade. Posso assegurar-vos que, com um santo orgulho e sem falsos ecumenismos, me enchi de profunda alegria quando, no passado Concílio Vaticano II, ganhava corpo com intensidade renovada a preocupação de levar a Verdade aos que andam afastados do único Caminho, o de Jesus, pois me consome a fome de que a humanidade inteira se salve.

Sim, foi muito grande a minha alegria, também porque se via confirmado novamente um apostolado tão preferido do Opus Dei como é o apostolado ad fidem - o apostolado com os que não têm fé -, que não rejeita nenhuma pessoa e admite os não cristãos, os ateus, os pagãos, a participarem, na medida do possível, dos bens espirituais da nossa Associação; é uma longa história de dor e de lealdade, que contei em outras ocasiões. Por isso, repito sem medo que considero hipócrita e embusteiro o zelo que incita a tratar bem os que estão longe, enquanto de passagem espezinha ou despreza os que vivem conosco a mesma fé. Como também não acredito que te interesses pelo último pobre da rua se martirizas os da tua casa; se permaneces indiferente às suas alegrias, penas e desgostos; se não te esforças por compreender ou passar por alto os seus defeitos, sempre que não sejam ofensa a Deus.

Não vos comove que o Apóstolo João, já na velhice, empregue a maior parte de uma das suas epístolas em exortar-nos a manter uma conduta de acordo com essa doutrina divina? O amor que deve existir entre os cristãos nasce de Deus, que é Amor. Caríssimos, amemo-nos uns aosoutros, porque a caridadeprocede de Deus, e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é Amor. Detém-se na caridade fraterna, pois por Cristo fomos convertidos em filhos de Deus. Considerai que amor nos manifestou o Pai em querer que fôssemos chamados filhos de Deus e que o sejamos na realidade.

E, enquanto fere energicamente as nossas consciências, para que se tornem mais sensíveis à graça divina, insiste em que recebemos uma prova maravilhosa do amor do Pai pelos homens: Nisto se manifestou a caridade de Deus para conosco: em que Deus enviou o seu Filho unigênito ao mundo, para que por Ele tenhamos a vida. O Senhor tomou a iniciativa, vindo ao nosso encontro. Deu-nos esse exemplo para que acorramos junto com Ele a servir os outros, para que - gosto de repeti-lo - ponhamos generosamente o nosso coração no chão, de modo que os outros pisem macio e se torne mais amável a sua luta. Devemos comportar-nos assim porque fomos feitos filhos do mesmo Pai, desse Pai que não duvidou em entregar-nos o seu Filho muito amado.

Com o nome de próximo - diz São Leão Magno -, não devemos considerar apenas os que se unem a nós pelos laços da amizade ou do parentesco, mas todos os homens, com quem temos uma comum natureza . Um só Criador nos fez, um só Criador nos deu a alma. Todos desfrutamos do mesmo céu e do mesmo ar, dos mesmos dias e das mesmas noites, e embora uns sejam bons e outros maus, uns justos e outros injustos, Deus, no entanto, é generoso e benigno com todos.

Os filhos de Deus forjam-se na prática desse mandamento novo, aprendem na Igreja a servir e não a ser servidos, e sentem-se com forças para amar a humanidade de um modo novo, em que todos perceberão o fruto da graça de Cristo. O nosso amor não se confunde com a atitude sentimental, nem com a simples camaradagem, nem com o propósito pouco claro de ajudar os outros para provarmos a nós mesmos que somos superiores. É conviver com o próximo, venerar - insisto - a imagem de Deus que há em cada homem, procurando que também ele a contemple, para que saiba dirigir-se a Cristo.

Universalidade da caridade significa, por isso, universalidade do apostolado; significa traduzirmos em obras e de verdade o grande empenho de Deus, que quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade.

Se devemos amar também os inimigos - refiro-me aos que nos incluem entre os seus inimigos; eu não me sinto inimigo de ninguém nem de nada -, temos de amar com mais razão os que simplesmente estão longe, os que nos são menos simpáticos, os que, pela sua língua, pela sua cultura ou educação, se parecem ao que há de mais oposto a ti e a mim.

De que amor se trata? A Sagrada Escritura fala-nos de dilectio - dileção -, para que se compreenda bem que não se refere apenas ao afeto sensível. Exprime antes uma determinação firme, da vontade. Dilectio deriva de electio, escolha. Eu acrescentaria que amar, em linguagem cristã, significa querer querer, decidir-se em Cristo a promover o bem das almas sem discriminações de gênero algum, conseguindo para elas, antes de mais nada, o que há de melhor: que conheçam Cristo, que se enamorem dEle.

O Senhor insta conosco: Portai-vos bem com os que vos aborrecem e orai pelos que vos perseguem e caluniam. Pode ser que não nos sintamos humanamente atraídos pelas pessoas que nos repeliriam, se delas nos aproximássemos. Mas Jesus exige que não lhes retribuamos o mal com o mal; que não desaproveitemos as ocasiões de servi-las com o coração, ainda que nos custe; que não deixemos nunca de tê-las presentes em nossas orações.

Essa dilectio, essa caridade, reveste-se de matizes mais íntimos quando se refere aos irmãos na fé, e especialmente aos que, por Deus assim o ter disposto, trabalham mais perto de nós: os pais, o marido ou a mulher, os filhos e os irmãos, os amigos e os colegas, os vizinhos. Se não existisse esse carinho, amor humano nobre e limpo, ordenado por Deus e nEle enraizado, não haveria caridade.

Gosto de repetir umas palavras que o Espírito Santo nos comunica através do profeta Isaías: Discite benefacere, aprendei a fazer o bem. Costumo aplicar este conselho aos diversos aspectos da nossa luta interior, porque a vida cristã nunca se pode dar por terminada, uma vez que o crescimento nas virtudes surge como conseqüência de um empenho efetivo e cotidiano.

Numa ocupação qualquer da sociedade, como é que aprendemos? Primeiro, examinamos o fim desejado e os meios necessários para atingi-lo. Depois, perseveramos repetidas vezes na utilização desses recursos, até criarmos um hábito, arraigado e firme. No momento em que aprendemos alguma coisa, descobrimos outras que ignorávamos e que constituem um estímulo para continuarmos esse trabalho sem nunca dizer que basta.

A caridade com o próximo é uma manifestação de amor a Deus. Por isso, não podemos estabelecer limite algum ao nosso esforço por melhorar nessa virtude. Com o Senhor, a única medida é amar sem medida. Por um lado, porque nunca chegaremos a agradecer bastante o que Ele fez por nós; por outro, porque o próprio amor de Deus pelas suas criaturas se revela assim: com excesso, sem cálculo, sem fronteiras.

No Sermão da Montanha, Jesus ensina o preceito divino da caridade a todos os que estão dispostos a abrir-lhe os ouvidos da alma. E, ao concluir, explica como resumo: Amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai sem esperar nada em troca, e será grande a vossa recompensa, e sereis filhos do Altíssimo, porque Ele é bom mesmo com os ingratos e os maus. Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso.

A misericórdia não se detém numa estrita atitude de compaixão; a misericórdia identifica-se com a superabundância da caridade, que por sua vez arrasta consigo a superabundância da justiça. Misericórdia significa manter o coração em carne viva, humana e divinamente transido de um amor firme, sacrificado, generoso. Assim comenta São Paulo a caridade, no seu cântico a essa virtude: A caridade é paciente, é benigna; a caridade não é invejosa, não age precipitadamente, não se ensoberbece, não é ambiciosa, não busca os seus interesses, não se irrita, não pensa mal, não se alegra com a injustiça, mas compraz-se na verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo sofre.

Uma das suas primeiras manifestações traduz-se em iniciar a alma nos caminhos da humildade. Quando sinceramente nos consideramos nada; quando compreendemos que, sem o auxílio divino, a mais débil e fraca das criaturas seria melhor que nós; quando nos reconhecemos capazes de todos os erros e de todos os horrores; quando nos sabemos pecadores, embora lutemos com empenho por afastar-nos de tantas infidelidades - como havemos de pensar mal dos outros? Como podemos alimentar no coração o fanatismo, a intolerância, a altivez presunçosa?

A humildade leva-nos como que pela mão a essa forma de tratar o próximo que é sem dúvida a melhor: a de compreender a todos, conviver com todos, desculpar a todos; a de não criar divisões nem barreiras; a de comportar-nos - sempre! - como instrumentos de unidade. Não em vão existe no fundo do homem uma aspiração forte à paz, à união com os seus semelhantes, ao mútuo respeito dos direitos da pessoa, de maneira que esse respeito se transforme em fraternidade. É o reflexo de um dos traços mais valiosos da nossa condição humana: se todos somos filhos de Deus, a fraternidade nem se reduz a um lugar-comum nem é um ideal ilusório: sobressai como meta difícil, mas real.

Em face de todos os cínicos, dos céticos, dos desamorados, dos que converteram a sua própria covardia numa mentalidade, nós, os cristãos, temos que demonstrar que esse carinho é possível. Talvez haja muitas dificuldades para nos comportarmos assim, porque o homem foi criado livre e tem o poder de desafiar inútil e amargamente o próprio Deus. Mas é algo possível e real, porque essa conduta nasce necessariamente do amor de Deus e do amor a Deus. Se tu e eu queremos, Jesus Cristo também o quer. Então compreendemos em toda a sua profundidade e em toda a sua fecundidade a dor, o sacrifício e a desinteressada entrega de nós mesmos na convivência diária.

Pecaria por ingênuo quem pensasse que as exigências da caridade cristã se cumprem com facilidade. Muito diferente se mostra a realidade que experimentamos no dia-a-dia da humanidade e, infelizmente, no seio da Igreja. Se o amor não nos obrigasse a calar, cada um contaria uma longa história de divisões, de ataques, de injustiças, de murmurações, de insídias. Temos de admiti-lo com simplicidade, para tratar de pôr remédio adequado a essa situação, mediante um esforço pessoal por não ferir, por não maltratar, por corrigir sem deixar ninguém afundado.

Não são coisas de hoje. Poucos anos depois da Ascensão de Cristo aos céus, quando ainda andavam de um lado para outro quase todos os Apóstolos, e por toda a parte se notava um fervor esplêndido de fé e de esperança, já muitos começavam a desencaminhar-se, a não viver a caridade do Mestre.

Uma vez que há entre vós rivalidades e contendas - escreve São Paulo aos de Corinto -, não é evidente que sois carnais e vos comportais como homens? Porque, quando um diz: Eu sou de Paulo; e outro: Eu sou de Apolo, não se está vendo que ainda sois homens?, incapazes de compreender que Cristo veio transpor todas essas divisões? Que é Apolo? E que é Paulo? Ministros dAquele em quem acreditastes, na medida em que a cada um o Senhor o concedeu.

O Apóstolo não rejeita a diversidade: cada um tem de Deus o seu próprio dom, uns de uma maneira, outros de outra. Mas essas diferenças devem estar a serviço do bem da Igreja. Eu me sinto impelido agora a pedir ao Senhor - uni-vos, se o desejardes, à minha oração - que não permita que na Igreja a falta de amor semeie cizânia entre as almas. A caridade é o sal do apostolado dos cristãos: se o sal perde o sabor, como poderemos apresentar-nos diante do mundo e dizer-lhe de cabeça erguida: Aqui está Cristo?

Portanto, repito-vos com São Paulo: Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como bronze que soa ou como címbalo que tine. E ainda que tivesse o dom da profecia e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e tivesse toda a fé, a ponto de mudar os montes de um lado para outro, se não tiver caridade, nada sou. E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres e entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, nada disso me aproveita.

Perante estas palavras do Apóstolo das Gentes, há quem concorde com aqueles discípulos que, quando Nosso Senhor lhes anunciou o Sacramento da sua Carne e do seu Sangue, comentaram: Dura é esta doutrina, e quem a pode escutar? É dura, sim. Porque a caridade que o Apóstolo descreve não se limita à filantropia, ao humanitarismo ou à lógica comiseração pelo sofrimento alheio: exige o exercício da virtude teologal do amor a Deus e do amor, por Deus, aos outros. Por isso, a caridade nunca há de acabar, ao passo que as profecias passarão, e as línguas cessarão, e a ciência será abolida . Agora permanecem estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade; mas a maior delas é a caridade.

Já nos convencemos de que a caridade nada tem a ver com essa caricatura que às vezes se tem pretendido fazer da virtude central da vida do cristão. Então, por que a necessidade de pregá-la continuamente? Será que é um tema obrigatório, mas com poucas possibilidades de se manifestar em fatos concretos?

Se olharmos ao nosso redor, talvez achemos razões para pensar que a caridade é uma virtude ilusória. No entanto, considerando as coisas com sentido sobrenatural, descobriremos também a raiz dessa esterilidade: a ausência de uma vida de relação intensa e contínua, de tu a Tu, com Nosso Senhor Jesus Cristo; e o desconhecimento da obra do Espírito Santo na alma, cujo primeiro fruto é precisamente a caridade.

Citando uns conselhos do Apóstolo - Levai uns as cargas dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo -, acrescenta um Padre da Igreja: Se amarmos a Cristo, suportaremos facilmente a fraqueza dos outros, mesmo a daquele que ainda não amamos por não ter obras boas.

É assim que se vai elevando o caminho que nos faz crescer na caridade. Se pensássemos que devemos primeiro ocupar-nos em atividades humanitárias, em obras assistenciais, excluindo o amor do Senhor, estaríamos enganados. Não descuidemos Cristo por causada preocupação pelo próximo enfermo, já que devemos amar o enfermo por causa de Cristo.

Olhai constantemente para Jesus, que, sem deixar de ser Deus, se humilhou tomando a forma de servo para poder servir-nos, porque só seguindo nessa mesma direção é que despertam os anseios que valem a pena. O amor busca a união, procura identificar-se com a pessoa amada; e, ao unir-nos a Cristo, suscita em nós a ânsia de secundar a sua vida de entrega, de amor incomensurável, de sacrifício até a morte. Cristo situa-nos perante o dilema definitivo: ou consumirmos a nossa existência de forma egoísta e solitária; ou dedicarmo-nos com todas as forças a uma tarefa de serviço.