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Há 2 pontos em "Amigos de Deus", cuja matéria seja Santíssima Trindade  → e Nossa Senhora Maria .

Consideremos agora o momento sublime em que o Arcanjo São Gabriel anuncia a Santa Maria o desígnio do Altíssimo. A nossa Mãe escuta, e a seguir pergunta, para compreender melhor o que o Senhor lhe pede; depois vem a resposta firme: Fiat! - faça-se em mim segundo a tua palavra! -, o fruto da melhor liberdade: a de decidir-se por Deus.

Em todos os mistérios da nossa fé católica adeja este cântico à liberdade. A Trindade Beatíssima tira do nada o mundo e o homem, num livre esbanjamento de amor. O Verbo desce do Céu e toma a nossa carne com o timbre admirável da liberdade na submissão: Eis que venho, segundo está escrito de mim no princípio do livro, para cumprir, ó Deus, a tua vontade. Quando chega a hora marcada por Deus para salvar a humanidade da escravidão do pecado, contemplamos em Getsêmani Jesus Cristo que sofre dolorosamente, até derramar um suor de sangue, e que aceita espontânea e rendidamente o sacrifício que o Pai lhe reclama: Como cordeiro levado ao matadouro, como ovelha muda diante dos tosquiadores. Já o havia anunciado aos seus, numa dessas conversas em que derramava o seu Coração, para que os que o amam soubessem que Ele é o Caminho - não há outro - para chegar ao Pai: Por isso meu Pai me ama, porque dou a minha vida para outra vez a assumir. Ninguém a tira de mim, mas eu por mim mesmo a dou, e tenho o poder de a dar e o poder de a reassumir.

Todas as festas de Nossa Senhora são grandes, porque constituem ocasiões que a Igreja nos oferece para demonstrarmos com fatos o nosso amor a Santa Maria. Mas, se dentre essas festividades tivesse que escolher uma, escolheria a de hoje: a da Maternidade divina da Santíssima Virgem.

Esta celebração leva-nos a considerar alguns dos mistérios centrais da nossa fé: a meditar na Encarnação do Verbo, obra das três Pessoas da Trindade Santíssima. Maria, Filha de Deus Pai, é Esposa de Deus Espírito Santo e Mãe de Deus Filho pela encarnação do Senhor nas suas entranhas imaculadas.

Quando a Virgem respondeu livremente que sim aos desígnios que o Criador lhe revelava, o Verbo divino assumiu a natureza humana: a alma racional e o corpo formado no seio puríssimo de Maria. A natureza divina e a natureza humana uniam-se numa única Pessoa: Jesus Cristo, verdadeiro Deus e, desde então, verdadeiro Homem; Unigênito eterno do Pai e, a partir daquele momento, como Homem, filho verdadeiro de Maria. Por isso Nossa Senhora é Mãe do Verbo encarnado, da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, que uniu a si para sempre - sem confusão - a natureza humana. Podemos dizer bem alto à Virgem Santa, como o melhor dos louvores, estas palavras que expressam a sua mais alta dignidade: Mãe de Deus.