Lista de pontos
Tira-me, Jesus, esta crosta suja de podridão sensual que me recobre o coração, para que sinta e siga com facilidade os toques do Paráclito na minha alma.
Quando vires uma pobre Cruz de madeira, só, desprezível e sem valor… e sem Crucificado, não esqueças que essa Cruz é a tua Cruz: a de cada dia, a escondida, sem brilho e sem consolação…, que está esperando o Crucificado que lhe falta. E esse Crucificado tens que ser tu.
Bebamos até a última gota o cálice da dor na pobre vida presente. - Que importa padecer dez, vinte, cinqüenta anos…, se depois vem o Céu para sempre, para sempre…, para sempre?
E sobretudo - melhor do que a razão apontada - "propter retributionem"* -, que importa padecer, se se padece para consolar, para dar gosto a Deus Nosso Senhor, com espírito de reparação, unido a Ele na sua Cruz…, numa palavra: se se padece por Amor?
(*) Pela recompensa (N. do T.)
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Quantos se deixariam cravar numa cruz perante o olhar atônito de milhares de espectadores, e não sabem sofrer cristãmente as alfinetadas de cada dia! - Pensa então no que será mais heróico.
Jesus sofre para cumprir a Vontade do Pai… E tu, que também queres cumprir a Santíssima Vontade de Deus, seguindo os passos do Mestre, poderás queixar-te se encontras por companheiro de caminho o sofrimento?
Se sabes que essas dores - físicas ou morais - são purificação e merecimento, abençoa-as.
Como enobrecemos a dor quando a colocamos no lugar que lhe corresponde - expiação - na economia do espírito!
Quando vier o sofrimento, o desprezo…, a Cruz, deves considerar: - Que é isto, comparado com o que eu mereço?
Sofres… e não quererias queixar-te. - Não faz mal que te queixes - é a reação natural da nossa pobre carne -, enquanto a tua vontade quiser em ti, agora e sempre, o que Deus quer.
Ao perderes aqueles consolos humanos, ficaste com uma sensação de solidão, como que suspenso por um fiozinho sobre o vazio de negro abismo. - E teu clamor, teus gritos de socorro, parece que ninguém os escuta.
É bem merecido esse desamparo. - Sê humilde. Não te procures a ti nem procures a tua comodidade; ama a Cruz - suportá-la é pouco - e o Senhor ouvirá a tua oração. - E hão de acalmar-se os teus sentidos. - E voltará a cicatrizar o teu coração. - E terás paz.
A aceitação rendida da Vontade de Deus traz necessariamente a alegria e a paz: a felicidade na Cruz. - Então se vê que o jugo de Cristo é suave e que o seu fardo não é pesado.
Paradoxos de uma pequena alma. - Quando Jesus te enviar acontecimentos que o mundo chama bons, chora em teu coração, considerando a bondade dEle e a tua malícia; quando Jesus te enviar acontecimentos que o mundo qualifica de ruins, alegra-te em teu coração, porque Ele te dá sempre o que convém, e então é o belo momento de amar a Cruz.
Uma picadela. - E outra. E outra. - Agüenta-as, faz favor! Não vês que és tão pequeno que só podes oferecer na tua vida - no teu pequeno caminho - essas pequenas cruzes?
Além disso, repara: uma cruz sobre outra - uma picadela… e outra…, que grande montão!
No fim, menino, soubeste fazer uma coisa muito grande: Amar.
Ora vamos! Depois de tanto dizer: “Cruz, Senhor, Cruz!”, está-se vendo que querias uma cruz ao teu gosto.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-br/book-subject/camino/29159/ (02/05/2024)