Lista de pontos
Pouco firme é o teu caráter: que ânsia de te meteres em tudo! - Obstinas-te em ser o sal de todos os pratos… e - não te zangues se te falo claramente - tens pouca graça para ser sal; e não és capaz de desfazer-te e passar despercebido à vista, como esse condimento.
Falta-te espírito de sacrifício. E sobra-te espírito de curiosidade e de exibição.
Não desaproveites a ocasião de abater o teu próprio juízo. - Custa…, mas como é agradável aos olhos de Deus!
Agradece, como um favor muito especial, esse santo aborrecimento que sentes de ti mesmo.
És tíbio se fazes preguiçosamente e de má vontade as coisas que se referem ao Senhor; se procuras com cálculo ou “manha” o modo de diminuir os teus deveres; se só pensas em ti e na tua comodidade; se as tuas conversas são ociosas e vãs; se não aborreces o pecado venial; se ages por motivos humanos.
Ah! Se te propusesses servir a Deus “seriamente”, com o mesmo empenho que pões em servir a tua ambição, as tuas vaidades, a tua sensualidade!…
Que a tua virtude não seja uma virtude sonora.
Tu, sábio, afamado, eloqüente, poderoso: se não fores humilde, nada vales.
- Corta, arranca esse “eu” que tens em grau superlativo - Deus te ajudará -, e então poderás começar a trabalhar por Cristo, no último lugar do seu exército de apóstolos.
Ao perderes aqueles consolos humanos, ficaste com uma sensação de solidão, como que suspenso por um fiozinho sobre o vazio de negro abismo. - E teu clamor, teus gritos de socorro, parece que ninguém os escuta.
É bem merecido esse desamparo. - Sê humilde. Não te procures a ti nem procures a tua comodidade; ama a Cruz - suportá-la é pouco - e o Senhor ouvirá a tua oração. - E hão de acalmar-se os teus sentidos. - E voltará a cicatrizar o teu coração. - E terás paz.
Ó meu Deus: cada dia me sinto menos seguro de mim e mais seguro de Ti!
A tua própria vontade, a tua própria opinião: é isso o que te inquieta.
"Deo omnis gloria". - Para Deus toda a glória. - É uma confissão categórica do nosso nada. Ele, Jesus, é tudo. Nós, sem Ele, nada valemos: nada.
A nossa vanglória seria isso precisamente: glória vã. Seria um roubo sacrílego. O “eu” não deve aparecer em parte nenhuma.
Dá “toda” a glória a Deus. - “Espreme” com a tua vontade, ajudado pela graça, cada uma de tuas ações, para que nelas não fique nada que cheire a humana soberba, a complacência do teu “eu”.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-br/book-subject/camino/29768/ (07/05/2024)