Lista de pontos
Um bom modo de fazer exame de consciência:
- Recebi como expiação, neste dia, as contrariedades vindas da mão de Deus? As que me proporcionaram, com o seu caráter, os meus colegas? As da minha própria miséria?
- Soube oferecer ao Senhor, como expiação, a própria dor que sinto de tê-Lo ofendido, tantas vezes!? Ofereci-Lhe a vergonha dos meus rubores e humilhações interiores, ao considerar como avanço pouco no caminho das virtudes?
Quando temos a vista turvada, quando os olhos perdem claridade, precisamos ir à luz. E Jesus Cristo disse-nos que Ele é a luz do mundo e que veio curar os enfermos.
- Por isso, que as tuas enfermidades, as tuas quedas - se o Senhor as permite -, não te afastem de Cristo: que te aproximem dEle!
Se cometeste um erro, pequeno ou grande, volta correndo para Deus!
- Saboreia as palavras do salmo: "Cor contritum et humiliatum, Deus, non despicies" - o Senhor jamais desprezará nem se desinteressará de um coração contrito e humilhado.
Não me falta a verdadeira alegria, pelo contrário… E, contudo, perante o conhecimento da minha baixeza, é lógico que clame com São Paulo: “Infeliz de mim!”.
- Assim crescem as ânsias de arrancar pela raiz a barreira que levanta o eu.
Não te assustes nem desanimes ao descobrir que tens erros…, e que erros!
- Luta por arrancá-los. E, desde que lutes, convence-te de que é bom que sintas todas essas fraquezas, porque, de outro modo, serias um soberbo: e a soberba afasta de Deus.
Admira-te perante a bondade de Deus, porque Cristo quer viver em ti…, também quando percebes todo o peso da pobre miséria, desta pobre carne, desta vileza, deste pobre barro.
- Sim, também então, tem presente essa chamada de Deus: Jesus Cristo, que é Deus, que é Homem, entende-me e atende-me porque é meu Irmão e meu Amigo.
Se os teus erros te fazem mais humilde, se te levam a procurar com mais força o esteio da mão divina, são caminho de santidade: “Felix culpa!”* - bendita culpa!, canta a Igreja.
(*)Palavras da liturgia da Vigília pascal em que a Igreja, cantando o triunfo de Cristo ressuscitado, evoca o pecado dos nossos primeiros pais e exclama: “Õ feliz culpa que mereceu a graça de um tão grande Redentor!” (N. do T.).
A humildade leva cada alma a não desanimar perante os seus erros.
- A verdadeira humildade leva… a pedir perdão!
Jesus, Amor, pensar que posso voltar a ofender-te!… "Tuus sum ego…, salvum me fac!" - sou teu: salva-me!
Virgem Imaculada, Mãe!, não me abandones: olha como se enche de lágrimas o meu pobre coração. - Não quero ofender o meu Deus!
Já sei - e penso que não o esquecerei nunca - que não valho nada: quanto me pesa a minha pouquidão, a minha solidão! Mas… não estou só: tu, Doce Senhora, e meu Pai-Deus não me largais.
Ante a rebelião da minha carne e ante as razões diabólicas contra a minha Fé, amo Jesus e creio: Amo e Creio.
Se notas que não és capaz - seja por que motivo for -, diz-Lhe, abandonando-te nEle: - Senhor, confio em Ti, abandono-me em Ti, mas ajuda a minha fraqueza!
E, cheio de confiança, repete-Lhe: - Olha para mim, Jesus, sou um trapo sujo; a experiência da minha vida é tão triste, não mereço ser teu filho. Diz-Lhe isso…, e dize-o muitas vezes.
- Não tardarás em ouvir a sua voz: "Ne timeas!" - não temas! Ou também: "Surge et ambula!" - levanta-te e anda!
A santidade está na luta, em saber que temos defeitos e em tratar heroicamente de evitá-los.
A santidade - insisto - está em vencer esses defeitos…, mas morreremos com defeitos: senão, já te disse, seríamos uns soberbos.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-br/book-subject/forja/29767/ (07/05/2024)