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Esta realidade profunda que o texto da Escritura Santa nos dá a conhecer não é uma recordação do passado, uma idade de ouro da Igreja que tenha ficado para trás, na história. Elevando-se acima das misérias e dos pecados de cada um de nós, é também a realidade da Igreja de hoje e da Igreja de todos os tempos. Eu rogarei ao Pai - anunciou o Senhor aos seus discípulos - e Ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco eternamente. Jesus manteve as suas promessas: ressuscitou, subiu aos céus e, em união com o Pai Eterno, envia-nos o Espírito Santo para que nos santifique e nos dê a vida.

A força e o poder de Deus iluminam a face da terra. O Espírito Santo continua assistindo a Igreja de Cristo, para que seja - sempre e em tudo - o sinal erguido diante das nações para anunciar à humanidade a benevolência e o amor de Deus. Por maiores que sejam as nossas limitações, nós, os homens, podemos olhar com confiança para os céus e sentir-nos cheios de alegria: Deus nos ama e nos livra dos nossos pecados. A presença e a ação do Espírito Santo na Igreja são o penhor e a antecipação da felicidade eterna, dessa alegria e dessa paz que Deus nos proporciona.

Como aqueles primeiros que se aproximaram de São Pedro no dia de Pentecostes, também nós fomos batizados. E através do Batismo, nosso Pai-Deus tomou posse das nossas vidas, incorporou-nos à vida de Cristo e enviou-nos o Espírito Santo. O Senhor, diz a Escritura Santa, salvou-nos fazendo-nos renascer pelo batismo, renovando-nos pelo Espírito Santo, que Ele derramou copiosamente sobre nós por Jesus Cristo Salvador nosso, para que, justificados pela graça, cheguemos a ser herdeiros da vida eterna conforme a esperança que temos.

A experiência da nossa fragilidade e dos nossos erros, a desedificação que pode causar o espetáculo doloroso da pequenez ou até da mesquinhez de alguns que se chamam cristãos, o aparente fracasso ou a desorientação de alguns movimentos apostólicos, tudo isso - que é comprovar a realidade do pecado e das limitações humanas - pode, no entanto, constituir uma prova para a nossa fé e fazer com que se insinuem a tentação e a dúvida: onde estão a força e o poder de Deus? É o momento de reagir, de pormos em prática com mais pureza e energia a nossa esperança e, portanto, de procurarmos que seja mais firme a nossa fidelidade.

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