Lista de pontos

Há 3 pontos em "Amigos de Deus", cuja matéria seja Anjos da Guarda.

Vida interior. Santidade nas tarefas habituais, santidade nas pequenas coisas, santidade no trabalho profissional, nas ocupações de cada dia…; santidade, para santificar os outros.

Sonhava certa vez um conhecido meu - nunca acabo de conhecê-lo bem! - que voava num avião a muita altura, mas não lá dentro, na cabine; ia montado sobre as asas. Pobre infeliz! Como sofria e se angustiava! Parecia que Nosso Senhor lhe dava a entender que assim andam pelas alturas de Deus - inseguras, angustiadas - as almas apostólicas que não têm vida interior ou a descuram: com o perigo constante de cair, sofrendo, incertas.

E penso, efetivamente, que correm um sério perigo de desencaminhar-se aqueles que se lançam à ação - ao ativismo! - e prescindem da oração, do sacrifício e dos meios indispensáveis para conseguir uma sólida piedade: a freqüência de Sacramentos, a meditação, o exame de consciência, a leitura espiritual, o trato assíduo com a Virgem Santíssima e com os Anjos da Guarda… Todos esses meios contribuem, além disso, com uma eficácia insubstituível, para que seja tão amável a jornada do cristão, porque da sua riqueza interior fluem a doçura e a felicidade de Deus, como do favo escorre o mel.

Cresçamos em esperança, que deste modo fortaleceremos a nossa fé, verdadeiro fundamento das coisasque se esperam e garantia das que não se possuem. Cresçamos nesta virtude, que é suplicar ao Senhor que aumente a sua caridade em nós, porque só se confia deveras no que se ama com todas as forças. E vale a pena amar o Senhor. Todos sabem por experiência, tanto como eu, que uma pessoa enamorada se entrega com toda a segurança, com uma sintonia maravilhosa, em que os corações pulsam num mesmo querer. E o que será o Amor de Deus? Não sabemos que por cada um de nós morreu Cristo? Sim, por este nosso coração, pobre, pequeno, consumou-se o sacrifício redentor de Jesus.

O Senhor fala-nos freqüentemente do prêmio que nos conquistou com a sua Morte e com a sua Ressurreição. Vou preparar-vos um lugar. E quando eu me houver ido e vos tiver preparado o lugar, de novo voltarei e vos levarei comigo, para que onde eu estiver estejais vós também. O Céu é a meta da nossa senda terrena. Jesus Cristo precedeu-nos, e é lá que, em companhia de Nossa Senhora e de São José - a quem tanto venero -, dos Anjos e dos Santos, espera a nossa chegada.

Nunca faltaram os hereges - mesmo na época apostólica - que tentaram arrancar aos cristãos a esperança. Se de Cristo se prega que ressuscitou dos mortos, como é que entre vós alguns dizem que não há ressurreição dos mortos?Se, porém, não existe ressurreição dos mortos, então Cristo também não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, vã é a nossa pregação, vã a vossa fé… A divindade do nosso caminho - Jesus, caminho, verdade e vida - é penhor seguro de que esse caminho acaba na felicidade eterna, se dEle não nos afastarmos.

Peço ao Senhor que, durante a nossa permanência neste chão que pisamos, não nos afastemos nunca do Caminhante divino. Para tanto, aumentemos também a nossa amizade com os Santos Anjos da Guarda. Todos necessitamos de muita companhia: companhia do Céu e da terra. Sejamos devotos dos Santos Anjos! É muito humana a amizade, mas é também muito divina; tal como a nossa vida, que é divina e humana. Lembramo-nos do que diz o Senhor? Já não vos chamo servos, mas amigos. Ensina-nos a ter confiança com os amigos de Deus, que já moram no Céu, e com as criaturas que convivem conosco, incluídas as que parecem afastadas do Senhor, para as atrairmos ao bom caminho.

E vou terminar, repetindo com São Paulo aos Colossenses: Não cessamos de orar por vós e de pedir a Deus que alcanceis pleno conhecimento da sua vontade, com toda a sabedoria e inteligência espiritual. Sabedoria que nos proporcionam a oração, a contemplação, a efusão do Paráclito na alma.

A fim de que tenhais uma conduta digna de Deus, agradando-lhe em tudo, produzindo frutos de toda a espécie de obras boas e progredindo na ciência de Deus; corroborados em toda a sorte de fortaleza pelo poder da sua graça, para terdes sempre uma perfeita paciência e longanimidade acompanhada de alegria; dando graças a Deus Pai, que nos fez dignos de participar da sorte dos santos, iluminando-nos com a sua luz; que nos arrebatou ao poder das trevas e nos transferiu para o reino do seu Filho muito amado.