Lista de pontos

Há 4 pontos em "Amigos de Deus", cuja matéria seja Universalidade.

Possumus!, podemos, podemos vencer também esta batalha, com a ajuda do Senhor. Persuadi-vos de que não é difícil converter o trabalho num diálogo de oração. É só oferecê-lo e pôr mãos à obra, que já Deus nos escuta e nos alenta. Alcançamos o estilo das almas contemplativas, no meio do trabalho cotidiano! Porque nos invade a certeza de que Ele nos olha, ao mesmo tempo que nos pede um novo ato de auto-domínio: esse pequeno sacrifício, o sorriso para a pessoa inoportuna, esse começar pela tarefa menos agradável, mas mais urgente, o cuidar dos pormenores de ordem, com perseverança no cumprimento do dever, quando seria tão fácil abandoná-lo, o não deixar para amanhã o que temos que terminar hoje: tudo para dar gosto a Ele, ao nosso Pai-Deus! E talvez sobre a tua mesa, ou num lugar discreto que não chame a atenção, mas que te sirva como despertador do espírito contemplativo, colocas o crucifixo, que já é para a tua alma e para a tua mente o manual em que aprendes as lições de serviço.

Se te decides - sem esquisitices, sem abandonares o mundo, no meio das tuas ocupações habituais - a enveredar por estes caminhos de contemplação, logo te sentirás amigo do Mestre, com a divina incumbência de abrir as sendas divinas da terra à humanidade inteira. Sim. Com esse teu trabalho, contribuirás para a extensão do reinado de Cristo em todos os continentes. E suceder-se-ão, uma após outra, as horas de trabalho oferecidas pelas longínquas nações que nascem para a fé, pelos povos do Oriente impedidos barbaramente de professar com liberdade as suas crenças, pelos países de antiga tradição cristã, onde parece ter-se obscurecido a luz do Evangelho e as almas se debatem entre as sombras da ignorância… Então, que valor não adquire essa hora de trabalho!, esse continuar com o mesmo empenho por mais algum tempo, por mais alguns minutos, até terminar a tarefa! De um modo prático e simples, convertes a contemplação em apostolado, como uma necessidade imperiosa do coração, que pulsa em uníssono com o dulcíssimo e misericordioso Coração de Jesus, Senhor Nosso.

Aqui nos encontramos, consummati in unum!, em unidade de petição e de intenções, dispostos a começar este tempo de conversa com o Senhor, com o desejo renovado de sermos instrumentos eficazes nas suas mãos. Diante de Jesus Sacramentado - quanto gosto de fazer um ato de fé explícita na presença real do Senhor na Eucaristia! -, fomentai em vossos corações a ânsia de transmitir com a vossa oração um impulso cheio de fortaleza que chegue a todos os lugares da terra, até o último recanto do planeta onde haja um homem que gaste generosamente a sua existência a serviço de Deus e das almas. Porque, graças à inefável realidade da Comunhão dos Santos, somos solidários - cooperadores, diz São João - na tarefa de difundir a verdade e a paz do Senhor. É lógico que pensemos no nosso modo de imitar o Mestre; que nos detenhamos, que reflitamos, para aprendermos diretamente da vida do Senhor algumas das virtudes que hão de resplandecer na nossa conduta, se deveras aspiramos a dilatar o reinado de Cristo.

Continua a cena evangélica: E enviaram os seus discípulos - dos fariseus - juntamente com alguns herodianos, os quais lhe disseram: Mestre. Vede com que espírito retorcido o chamam Mestre; fingem-se seus admiradores e amigos, dispensam-lhe um tratamento que se reserva à autoridade de quem se espera receber um ensinamento. Magister, scimus quia verax es, sabemos que és veraz… Que astúcia tão infame! Já vistes maior duplicidade? Andai por este mundo com cuidado. Não sejais cautelosos, desconfiados; mas deveis sentir sobre os ombros - lembrando-vos da imagem do Bom Pastor que se vê nas catacumbas - o peso dessa ovelha que não é uma alma só, mas a Igreja inteira, a humanidade inteira.

Aceitando com garbo esta responsabilidade, sereis audazes e sereis prudentes para defender e proclamar os direitos de Deus. E então, pela integridade do vosso comportamento, haverá muitos que vos considerarão e vos chamarão mestres, sem vós o pretenderdes, já que não andamos à busca da glória terrena. Mas não vos admireis se, entre tantos que se aproximam de vós, se insinuam esses que só pretendem adular-vos. Gravai nas vossas almas o que me ouvistes repetir tantas vezes: nem as calúnias, nem as murmurações, nem os respeitos humanos, nem o que dirão, e muito menos os louvores hipócritas hão de impedir-nos jamais de cumprir o nosso dever.

Sentimo-nos tocados, com um forte estremecimento no coração, quando escutamos atentamente o grito de São Paulo: Esta é a vontade de Deus, a vossa santificação. É o que hoje, uma vez mais, proponho a mim mesmo, recordando-o também a quantos me ouvem e à humanidade inteira: esta é a Vontade de Deus, que sejamos santos.

Para pacificar as almas com paz autêntica, para transformar a terra, para procurar Deus Nosso Senhor no mundo e através das coisas do mundo, é indispensável a santidade pessoal. Em minhas conversas com pessoas de tantos países e dos mais diversos ambientes sociais, perguntam-me com freqüência: E que diz aos casados? E a nós, que trabalhamos no campo? E às viúvas? E aos jovens?

Respondo sistematicamente que tenho uma só panela. E costumo frisar que Jesus Cristo pregou a Boa Nova a todos, sem distinção alguma. Uma só panela e um só alimento: Meu alimento é fazer a vontade dAquele que me enviou e consumar a sua obra. O Senhor chama cada um à santidade e a cada um pede amor: a jovens e velhos, a solteiros e casados, a sãos e enfermos, a cultos e ignorantes; trabalhem onde trabalharem, estejam onde estiverem. Só há um modo de crescer na familiaridade e na confiança com Deus: ganhar intimidade com Ele na oração, falar com Ele, manifestar-lhe - de coração a coração - o nosso afeto.

Referências da Sagrada Escritura
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