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Há 12 pontos em "Amigos de Deus", cuja matéria seja Evangelho → milagres.

Como Nosso Senhor, eu também gosto muito de falar de barcas e redes, para que todos tiremos dessas cenas evangélicas alguns propósitos firmes e bem determinados. Conta-nos São Lucas que uns pescadores lavavam e remendavam as suas redes nas margens do lago de Genesaré. Jesus aproxima-se daquelas naves atracadas na ribeira e sobe a uma delas, à de Simão. Com que naturalidade o Senhor se mete na barca de cada um de nós! Para nos complicar a vida, como se repete em tom de queixa por aí. Convosco e comigo cruzou-se o Senhor no nosso caminho, para nos complicar a existência delicadamente, amorosamente.

Depois de pregar da barca de Pedro, dirige-se aos pescadores: Duc in altum, et laxate retia vestra in capturam!, navegai mar adentro e lançai as vossas redes! Fiados na palavra de Cristo, obedecem, e obtêm aquela pesca prodigiosa. E olhando para Pedro, que, como Tiago e João, não saía do seu assombro, o Senhor explica-lhe: Não tenhas medo, de hoje em diante serás pescador de homens. E eles, trazidas as barcas para terra, deixando todas as coisas, seguiram-no.

A tua barca - os teus talentos, as tuas aspirações, as tuas realizações - não serve para nada se não a colocas à disposição de Cristo, se não lhe permites entrar nela com liberdade, se a convertes num ídolo. Tu sozinho, com a tua barca, se prescindes do Mestre, falando sobrenaturalmente, caminhas direto para o naufrágio. Só se admites, se procuras a presença e o governo do Senhor, estarás a salvo das tempestades e dos reveses da vida. Coloca tudo nas mãos de Deus: que os teus pensamentos, as boas aventuras da tua imaginação, as tuas ambições humanas nobres, os teus amores limpos passem pelo coração de Cristo. De outro modo, cedo ou tarde irão a pique com o teu egoísmo.

Se consentes que Deus comande a tua nave, que seja Ele o amo, que segurança!…, mesmo quando parece que se ausenta, que fica adormecido, que se alheia, e se levanta a tempestade no meio das trevas mais densas. Relata São Marcos que os Apóstolos se encontravam nessas circunstâncias, e Jesus, vendo-os remar com muita dificuldade - porque o vento lhes era contrário -, por volta da quarta hora noturna foi ter com eles, andando sobre as águas . Tende confiança, sou eu, não temais. E subiu para a barca com eles, e cessou o vento.

Meus filhos, acontecem tantas coisas na terra!… Poderia falar-vos de penas, de sofrimentos, de maus tratos, de martírios - não tiro à palavra uma só letra -, do heroísmo de muitas almas. Diante dos nossos olhos, na nossa inteligência, brota às vezes a impressão de que Jesus dorme, de que não nos escuta. Mas São Lucas conta como o Senhor se comporta com os seus: Enquanto eles - os discípulos - iam navegando, Jesus adormeceu, e levantou-se uma tempestade de vento sobre o lago, e a barca enchia-se de água, e estavam em perigo. E aproximando-se dEle, despertaram-no, gritando:Mestre, nós perecemos! E levantando-se Jesus, increpou o vento e as ondas, e logo tudo cessou; e veio a bonança. Então disse-lhes: Onde está a vossa fé?

Se nos entregarmos, Ele entrega-se a nós. É preciso confiar plenamente no Mestre, é preciso abandonar-se nas suas mãos sem regateios, manifestar-lhe com as nossas obras que a barca é dEle, que queremos que disponha como lhe apetecer de tudo o que nos pertence.

Termino - recorrendo à intercessão de Santa Maria - com estes propósitos: vamos viver de fé; vamos perseverar com esperança, vamos permanecer grudados a Jesus Cristo; vamos amá-lo de verdade, de verdade, de verdade; vamos percorrer e saborear a nossa aventura de Amor, porque estamos enamorados de Deus; vamos deixar que Cristo entre na nossa pobre barca e tome posse da nossa alma, como Dono e Senhor; vamos manifestar-lhe com sinceridade que nos esforçaremos por manter-nos sempre na sua presença, dia e noite, porque Ele nos chamou à fé: Ecce ego quia vocasti me!, aqui estou porque me chamaste, e viemos ao seu redil, atraídos pelos seus brados e assobios de Bom Pastor, na certeza de que somente à sua sombra encontraremos a verdadeira felicidade temporal e eterna.

Tenho-vos recordado muitas vezes aquela cena comovente, relatada pelo Evangelho, em que Jesus se acha na barca de Pedro, de onde falou à multidão. Essa multidão que o seguia abrasou a ânsia de almas que consome o seu coração, e o Divino Mestre quer que os seus discípulos participem já desse zelo. Depois de lhes dizer que se lancem mar adentro - duc in altum! -, sugere a Pedro que lance as redes para pescar.

Não me vou deter agora nos pormenores, tão instrutivos, desses momentos. Desejo que consideremos a reação do Príncipe dos Apóstolos, à vista do milagre: Afasta-te de mim, Senhor, que sou um homem pecador. Uma verdade - não tenho a menor dúvida - que se ajusta perfeitamente à situação pessoal de todos. No entanto, asseguro-vos que, ao tropeçar durante a minha vida com tantos prodígios da graça, operados através de mãos humanas, me senti inclinado, de dia para dia mais inclinado, a gritar: Senhor, não te afastes de mim, pois sem ti não posso fazer nada de bom.

Precisamente por isso, compreendo muito bem aquelas palavras do Bispo de Hipona, que soam como um maravilhoso cântico à liberdade: Deus, que te criou sem ti, não te salvará sem ti, porque todos nós, tu e eu, temos sempre a possibilidade - a triste desventura - de levantar-nos contra Deus, de rejeitá-lo - talvez com a nossa conduta - ou de exclamar: Não queremos que ele reine sobre nós.

Comportando-nos com normalidade - como os nossos iguais - e com sentido sobrenatural, não fazemos mais do que seguir o exemplo de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. Reparai que toda a sua vida está cheia de naturalidade. Passa seis lustros oculto, sem chamar a atenção, como outro trabalhador qualquer, e na aldeia é conhecido como o filho do carpinteiro. Ao longo da sua vida pública, também não se percebe nEle nada de estranho ou excêntrico, que destoe. Rodeava-se de amigos, como qualquer dos seus concidadãos, e no seu modo de apresentar-se não se distinguia deles. Tanto assim, que Judas precisa de combinar um sinal para identificá-lo: Aquele a quem eu beijar, é esse. Não havia em Jesus nenhum indício extravagante. Emociona-me esta conduta do nosso Mestre, que passa como outro qualquer por entre os homens.

Seguindo um chamado especial, João Batista vestia-se de pele de camelo e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. O Salvador usava uma túnica de uma só peça, comia e bebia da mesma forma que os outros, alegrava-se com a felicidade alheia, comovia-se com a dor do próximo, não recusava o descanso que as suas amizades lhe ofereciam, e ninguém desconhecia que tinha ganho o seu sustento, durante muitos anos, trabalhando com as suas próprias mãos junto de José, o artesão. É assim que temos que desenvolver-nos no meio deste mundo: como Nosso Senhor. Eu te diria, em poucas palavras, que temos de apresentar-nos de roupa limpa, de corpo limpo e principalmente de alma limpa.

Aliás - por que não notá-lo? -, o Senhor, que prega um desprendimento tão maravilhoso dos bens terrenos, mostra ao mesmo tempo um cuidado admirável em não desperdiçá-los. Depois do milagre da multiplicação dos pães, que tão generosamente saciaram mais de cinco mil homens, ordenou aos seus discípulos: Recolhei os pedaços que sobraram, para que não se percam. Assim o fizeram, e encheram doze cestos. Se meditardes atentamente em toda esta cena, aprendereis a não ser tacanhos nunca, mas bons administradores dos talentos e dos meios materiais que Deus vos concede.

Desta vez, é São Marcos quem nos conta a cura de outro cego. Ao sair Jesus de Jericócom os seus discípulose uma grande multidão, Bartimeu, o cego, filho de Timeu, estava sentado junto do caminho pedindo esmola. Ouvindo aquele grande murmúrio da gente, o cego perguntou: Que está acontecendo? Responderam-lhe: É Jesus de Nazaré. Então inflamou-se tanto a sua alma na fé de Cristo, que gritou: Filho de Davi, tem compaixão de mim.

Não te dá vontade de gritar, a ti, que também estás parado à beira do caminho, desse caminho da vida que é tão curta; a ti, a quem faltam luzes; a ti, que precisas de mais graças para te decidires a procurar a santidade? Não sentes a urgência de clamar: Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim? Que maravilhosa jaculatória, para que a repitas com freqüência!

Aconselho-vos a refletir com vagar sobre as circunstâncias que antecedem o prodígio, a fim de que conserveis bem gravada na mente uma idéia muito nítida: como são diferentes os nossos pobres corações do Coração misericordioso de Jesus! Isso há de servir-vos sempre de ajuda, de modo especial na hora da prova, da tentação, como também na hora da resposta generosa no meio dos pequenos afazeres e nas ocasiões heróicas.

E ameaçavam-no muitos para que se calasse. Tal como a ti, quando suspeitaste que Jesus passava a teu lado. Aceleraram-se as batidas do teu peito e começaste também a clamar, sacudido por uma íntima inquietação. E amigos, costumes, comodidade, ambiente, todos te aconselharam: Cala-te, não grites! Por que hás de chamar por Jesus? Não o incomodes!

Mas o pobre Bartimeu não fazia caso deles e continuava ainda com mais força: Filho de Davi, tem compaixão de mim. O Senhor, que o ouvira desde o começo, deixou-o perseverar na sua oração. Tal como a ti. Jesus apercebe-se do primeiro apelo da nossa alma, mas espera. Quer que nos convençamos de que precisamos dEle; quer que supliquemos, que sejamos teimosos, como aquele cego que estava à beira do caminho, à saída de Jericó. Imitemo-lo. Ainda que Deus não nos conceda imediatamente o que lhe pedimos, ainda que muitos procurem afastar-nos da oração, não cessemos de implorar.

Jesus deteve-se e mandou chamá-lo. E alguns dos melhores que o rodeiam, dirigem-se ao cego: Ânimo! Ele te chama. É a vocação cristã! Mas a chamada de Deus não é uma só. Consideremos, além disso, que o Senhor nos procura a cada instante: Levanta-te - diz-nos - e sai da tua poltronaria, do teu comodismo, dos teus pequenos egoísmos, dos teus probleminhas sem importância. Desprega-te da terra, tu que estás aí rasteiro, achatado e informe. Ganha altura, e peso, e volume, e perspectiva sobrenatural.

Aquele homem, lançando fora a capa, levantou-se de um salto e foi ter com Jesus. Arremessou a capa! Não sei se alguma vez estiveste na guerra. Há já muitos anos, tive ocasião de pisar um campo de batalha, algumas horas depois de ter acabado a refrega. E lá havia, abandonados pelo chão, mantas, cantis e mochilas cheias de recordações de família: cartas, fotografias de pessoas queridas… E não eram dos derrotados; eram dos vitoriosos! Tudo aquilo lhes sobrava, para correrem mais depressa e saltarem o parapeito inimigo. Tal como no caso de Bartimeu, para correr atrás de Cristo.

Não te esqueças de que, para chegar até Cristo, é preciso sacrifício, jogar fora tudo o que estorva: manta, mochila, cantil. Tu tens de proceder da mesma maneira nesta luta pela glória de Deus, nesta luta de amor e de paz com que procuramos difundir o reinado de Cristo. Para servir a Igreja, o Romano Pontífice e as almas, deves estar disposto a renunciar a tudo o que sobra; a ficar sem essa manta, que é abrigo para as noites cruas, sem essas recordações amadas da família, sem o refrigério da água. Lição de fé, lição de amor. Porque é assim que se tem de amar a Cristo.

E imediatamente começa um diálogo divino, um diálogo maravilhoso, que comove, que abrasa, porque tu e eu somos agora Bartimeu. Da boca divina de Cristo sai uma pergunta: Quid tibi vis faciam? Que queres que te conceda? E o cego: Mestre, que eu veja. Que coisa tão lógica! E tu, vês? Não te aconteceu já, em alguma ocasião, o mesmo que a esse cego de Jericó?

Não posso deixar de recordar agora que, ao meditar nesta passagem, há já muitos anos, e ao compreender que Jesus esperava de mim alguma coisa - algo que eu não sabia o que era! -, fiz as minhas jaculatórias. Senhor, que queres? Que me pedes? Pressentia que me buscava para algo de novo, e aquele Rabboni, ut videam - Mestre, que eu veja - levou-me a suplicar a Cristo, numa oração contínua: Senhor, que se cumpra isso que Tu queres.

Rezai comigo ao Senhor: Doce me facere voluntatem tuam, quia Deus meus es tu, ensina-me a cumprir a tua Vontade, porque Tu és o meu Deus. Numa palavra: que brote dos nossos lábios o anseio sincero de corresponder com um desejo eficaz aos convites do nosso Criador, procurando seguir os seus desígnios com uma fé inquebrantável, persuadidos de que Ele não pode falhar.

Amando deste modo a Vontade divina, perceberemos que o valor da fé não reside apenas na clareza com que a expomos, mas também no ânimo resoluto com que a defendemos com obras. E assim saberemos ser conseqüentes na nossa atuação.

Mas voltemos à cena que se desenrola à saída de Jericó. Agora é contigo que Cristo fala. Ele te diz: Que queres de Mim? Que eu veja, Senhor, que eu veja! E Jesus: Vai, a tua fé te salvou. Nesse mesmo instante, começou a ver e seguia-o pelo caminho. Segui-lo pelo caminho. Tu tiveste notícia daquilo que o Senhor te propunha e decidiste acompanhá-lo pelo caminho. Tu procuras pisar onde Ele pisou, vestir-te com as vestes de Cristo, ser o próprio Cristo. Pois então a tua fé - fé nessa luz que o Senhor te vai dando - deverá ser operativa e sacrificada. Não te iludas, não penses em descobrir formas novas. É assim a fé que Ele nos reclama: temos de andar ao seu ritmo, com obras cheias de generosidade, arrancando e soltando tudo o que é estorvo.

Agora é São Mateus quem nos relata uma situação comovente. Eis que uma mulher, que havia doze anos padecia de um fluxo de sangue, se chegoupor detrás dEle e tocou a fímbria do seu manto. Que humildade a desta mulher! Dizia dentro de si: Ainda que eu toque somente o seu manto, ficarei curada.

Nunca faltam doentes que imploram como Bartimeu, com uma fé grande, e que não têm pejo em confessá-la aos gritos. Mas reparemos como no caminho de Cristo não há duas almas iguais. Grande também é a fé desta mulher; e, no entanto, não grita: aproxima-se sem que ninguém a note. Basta-lhe tocar de leve o manto de Jesus, porque tem a certeza de que será curada. E ainda mal tinha acabado de fazê-lo, quando Nosso Senhor se volta e a olha. Já sabe o que se passa no interior daquele coração; apercebeu-se da sua firme convicção: Tem confiança, filha, a tua fé te salvou.

Tocou com delicadeza a orla do manto, aproximou-se com fé, acreditou e soube que tinha sido curada . Assim também nós, se quisermos ser salvos, devemos tocar com fé o manto de Cristo. Estás bem persuadido de como há de ser a nossa fé? Humilde. Quem és tu, quem sou eu, para merecermos este chamado de Cristo? Quem somos nós para estarmos tão perto dEle? Tal como àquela pobre mulher no meio da multidão, o Senhor ofereceu-nos uma oportunidade. E não só para tocar uma ponta da sua túnica, ou, num breve momento, o extremo do seu manto, a orla. Temo-lo inteiro. Entrega-se totalmente a cada um de nós, com o seu Corpo, com o seu Sangue, com a sua Alma, com a sua Divindade. Comemo-lo todos os dias, falamos intimamente com Ele, como se fala com o pai, como se fala com o Amor. E isto é verdade. Não são imaginações.

Eis que mandarei muitos pescadores, promete o Senhor, e pescarei esses peixes. Assim nos indica Deus o nosso grande trabalho: pescar.

Fala-se ou escreve-se, às vezes, comparando o mundo ao mar. E há muita verdade nessa comparação. Na vida humana, tal como no mar, há períodos de calma e períodos de borrasca, de tranqüilidade e de ventos fortes. Muitas vezes, os homens nadam em águas amargas, no meio de grandes vagas; avançam entre tormentas, numa triste caminhada, mesmo quando parecem ter alegria, mesmo quando fazem muito barulho: são gargalhadas com que pretendem encobrir o seu desalento, o seu desgosto, a sua vida sem caridade e sem compreensão. E devoram-se uns aos outros, tanto os homens como os peixes.

É tarefa dos filhos de Deus conseguir que todos os homens entrem - com liberdade - dentro da rede divina, para que se amem. Se somos cristãos, temos de converter-nos nesses pescadores de que fala o profeta Jeremias, servindo-se de uma metáfora que o próprio Cristo utilizou repetidamente: Segui-me, e eu vos farei pescadores de homens, diz Ele a Pedro e a André.

Vamos acompanhar Cristo nesta pesca divina. Jesus está junto do lago de Genesaré e as multidões comprimem-se à sua volta, ansiosas por ouvir a palavra de Deus. Tal como hoje! Não estais vendo? Andam desejosas de ouvir a palavra de Deus, embora o dissimulem exteriormente. Talvez este ou aquele se tenha esquecido da doutrina de Cristo; outros - sem culpa própria - nunca a aprenderam, e vêem a religião como algo estranho. Mas convencei-vos de uma realidade sempre atual: chega sempre um momento em que a alma não pode mais, em que não lhe bastam as explicações habituais, em que não a satisfazem as mentiras dos falsos profetas. E, mesmo que nem então o admitam, essas pessoas sentem fome de saciar a sua inquietação com os ensinamentos do Senhor.

Deixemos São Lucas continuar a sua narrativa: E viu duas barcas à beira do lago; e os pescadores tinham saído e lavavam as redes. Entrando numa das barcas, que era a de Simão, pediu-lhe que se afastasse um pouco da margem. E, sentando-se, ensinava o povo da barca. Quando acabou a sua catequese, ordenou a Simão: Faze-te mais ao largo e lançai as vossas redes para pescar. É Cristo o dono da barca. É Ele quem prepara a faina. Foi para isso - para cuidar de que os seus irmãos descobrissem o caminho da glória e do amor ao Pai - que Ele veio ao mundo. Não fomos nós, portanto, que inventamos o apostolado cristão. Nós, os homens, quando muito, o dificultamos, com os nossos modos desastrados, com a nossa falta de fé.

Replicou-lhe Simão: Mestre, estivemos trabalhando durante toda a noite e não apanhamos nada. A resposta de Simão parece razoável. Costumavam pescar a essas horas e, precisamente naquela ocasião, a noite tinha sido infrutífera. Para que haviam de pescar de dia? Mas Pedro tem fé: Porém, sobre a tua palavra, lançarei a rede. Resolve proceder como Cristo lhe sugeriu; compromete-se a trabalhar, fiado na Palavra do Senhor. E que acontece? Tendo feito isso, apanharam tão grande quantidade de peixes, que a rede se rompia. Então fizeram sinal aos companheiros que estavam na outra barca para que os viessem ajudar. Vieram e encheram tanto as duas barcas, que pouco faltou para que se afundassem.

Ao sair para o mar com os seus discípulos, Jesus não pensava só nessa pesca, porque, quando Pedro se lança aos seus pés e confessa com humildade: Afasta-te de mim, Senhor, que sou um pecador, Nosso Senhor responde-lhe: Não temas; de hoje em diante, serás pescador de homens. E também nesta nova pesca não há de falhar a plena eficácia divina, pois todo o apóstolo é instrumento de grandes prodígios, apesar das suas misérias pessoais.

Referências da Sagrada Escritura
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