Lista de pontos
“Tudo posso nAquele que me conforta”. Com Ele, não há possibilidade de fracasso, e desta persuasão nasce o santo “complexo de superioridade” para enfrentarmos as tarefas com espírito de vencedores, porque Deus nos concede a sua fortaleza.
Quando se trabalha por Deus, é preciso ter “complexo de superioridade”, indiquei-te.
- Mas, perguntavas-me, isso não é uma manifestação de soberba? - Não! É uma consequência da humildade, de uma humildade que me faz dizer: - Senhor, Tu és quem és. Eu sou a negação. Tu tens todas as perfeições: o poder, a fortaleza, o amor, a glória, a sabedoria, o império, a dignidade… Se eu me unir a Ti, como um filho quando se põe nos braços fortes de seu pai ou no regaço maravilhoso de sua mãe, sentirei o calor da tua divindade, sentirei as luzes da tua sabedoria, sentirei correr pelo meu sangue a tua fortaleza.
Empenhas-te em andar sozinho, fazendo a tua própria vontade, guiado exclusivamente pelo teu próprio juízo… e, bem vês!, o fruto chama-se “infecundidade”.
Filho, se não abates o teu juízo, se és soberbo, se te dedicas ao “teu” apostolado, trabalharás durante toda a noite - toda a tua vida será uma noite! -, e no fim amanhecerás com as redes vazias.
Quando te dispuseres a empreender uma tarefa de apostolado, aplica a ti mesmo o que dizia um homem que procurava a Deus: “Hoje começo a pregar um retiro para sacerdotes. Oxalá tiremos muito fruto: em primeiro lugar, eu!”
- E mais tarde: “Há vários dias que estou pregando um retiro. Os retirantes são cento e vinte. Espero que o Senhor faça um bom trabalho nas nossas almas”.
Filho, vale a pena que sejas humilde, obediente, leal, que te impregnes do espírito de Deus, para levá-lo - daí do lugar que ocupas, do teu lugar de trabalho - a todas as gentes que povoam o mundo!
Empenhas-te em caminhar ao teu jeito, e o teu trabalho acaba sendo estéril.
Obedece, sê dócil: porque, assim como é uma necessidade pôr cada roda de uma máquina no seu lugar (caso contrário, pára ou deformam-se as peças; e, sem dúvida, não produz ou o seu rendimento é muito pequeno), assim também um homem ou uma mulher, tirados do seu campo de ação, serão antes um estorvo do que um instrumento de apostolado.
O apóstolo não tem outro fim que não deixar agir o Senhor, tornar-se disponível.
Procuras relacionar-te com esse colega que mal te dá os bons dias…, e isso custa-te.
- Persevera e não o julgues; deve ter os “seus motivos”, da mesma maneira que tu alimentas os teus para rezar mais por ele em cada dia.
Uma coisa é a santa coação e outra a violência cega ou a vingança.
O primeiro passo para aproximares os outros dos caminhos de Cristo é que te vejam contente, feliz, seguro no teu caminhar para Deus.
Deves tratar com afeto, com carinho - com caridade cristã! -, aquele que erra, mas sem admitir barganhas no que for contrário à nossa santa Fé.
Compreensão, caridade real. Quando a tiveres conseguido de verdade, terás o coração grande para com todos, sem discriminações, e viverás - também com os que te maltrataram - o conselho de Jesus: “Vinde a mim todos os que andais abatidos…, e Eu vos aliviarei”.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-br/book-subject/forja/28932/ (09/05/2024)