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Há 2 pontos em "Amigos de Deus", cuja matéria seja Apostolado → o fermento e a massa.

Nós queremos seguir o Senhor e desejamos difundir a sua palavra. Pensando em termos humanos, é lógico que também nos perguntemos: Mas que somos nós para tanta gente? Em comparação com o número de habitantes da terra, ainda que sejamos milhões, somos poucos. Por isso, temos de considerar-nos uma pequena levedura, preparada e pronta para fazer o bem à humanidade inteira, recordando as palavras do Apóstolo: Um pouco de levedura fermenta toda a massa, transforma-a. Precisamos, portanto, de aprender a ser esse fermento, essa levedura, para modificar e transformar as multidões. Será que o fermento é naturalmente melhor que a massa? Não. Mas é o meio necessário para que a massa se elabore, convertendo-se em alimento comestível e são.

Ainda que a traços largos, pensai na eficácia do fermento, que serve para fazer o pão, alimento básico, simples, ao alcance de todos. Em muitos lugares, a preparação da fornada é uma verdadeira cerimônia, da qual resulta um produto esplêndido, saboroso, que se come com os olhos. Talvez já o tenhais presenciado.

Escolhem farinha boa; se possível, da melhor. Trabalham a massa na masseira, para misturá-la bem com o fermento, em longo e paciente labor. Depois, um tempo de repouso, imprescindível para que a levedura complete a sua missão, inchando a massa. Nesse meio tempo, arde o lume no forno, animado pela lenha que se consome. E daquela massa, metida no calor do fogo, sai o pão fresco, esponjoso, de grande qualidade. Resultado impossível de alcançar, se não fosse pela levedura - em pequena quantidade - que se diluiu, que desapareceu no meio dos outros elementos, num trabalho eficiente, mas que não se vê.

Se meditarmos com sentido espiritual no texto de São Paulo que citei no começo, compreenderemos que não temos outro jeito senão trabalhar a serviço de todas as almas. O contrário seria egoísmo. Um olhar humilde sobre a nossa vida nos faz perceber claramente que o Senhor, além da graça da fé, nos concedeu talentos e qualidades. Nenhum de nós é um exemplar repetido: o nosso Pai criou-nos um a um, distribuindo entre os seus filhos um número diverso de bens. Temos que pôr esses talentos, essas qualidades, a serviço de todos; temos que utilizar esses dons de Deus como instrumentos para ajudar os homens a descobrir Cristo.

Não consideremos este anseio como algo acrescentado, como se se tratasse de orlar com filigrana a nossa condição de cristãos. Se a levedura não fermenta, apodrece. Pode desaparecer reavivando a massa; mas pode também desaparecer por se perder, num monumento à ineficácia e ao egoísmo. Não prestamos um favor a Deus Nosso Senhor quando o damos a conhecer aos outros: Se anuncio o Evangelho, não tenho de que me gloriar, pois é uma necessidade que me é imposta, a mandado de Jesus Cristo, e ai de mim se não evangelizar!

Referências da Sagrada Escritura
Referências da Sagrada Escritura