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Há 12 pontos em "Amigos de Deus", cuja matéria seja Jesus Cristo  → Coração de Cristo.

Se vivermos assim, realizaremos no mundo uma tarefa de paz. Saberemos tornar amável aos outros o serviço do Senhor, porque Deus ama quem dá com alegria. O cristão é uma pessoa igual às outras na sociedade; mas do seu coração transbordará o júbilo de quem se propõe cumprir, com a ajuda constante da graça, a Vontade do Pai. E não se sente vítima, nem inferiorizado, nem coagido. Caminha de cabeça erguida, porque é homem e é filho de Deus.

A nossa fé dá todo o seu relevo a estas virtudes que pessoa alguma deveria deixar de cultivar. Ninguém pode vencer o cristão em humanidade. Por isso, quem segue Cristo é capaz - não por mérito próprio, mas pela graça do Senhor - de comunicar aos que o rodeiam aquilo que às vezes pressentem, mas não conseguem compreender: que a verdadeira felicidade, o autêntico serviço ao próximo passa necessariamente pelo Coração do nosso Redentor, perfectus Deus, perfectus homo, perfeito Deus, perfeito homem.

Recorramos a Maria, nossa Mãe, a criatura mais excelsa que saiu das mãos de Deus. Peçamos-lhe que nos faça homens de bem e que essas virtudes humanas, engastadas na vida da graça, se convertam na melhor ajuda para aqueles que conosco trabalham no mundo pela paz e pela felicidade de todos.

Misturado entre a multidão, um daqueles peritos que já não conseguiam discernir os ensinamentos revelados a Moisés, porque eles mesmos os haviam emaranhado numa estéril casuística, fez uma pergunta ao Senhor. Jesus abre os seus lábios divinos para responder a esse doutor da Lei e diz-lhe pausadamente, com a segura persuasão de quem fala por experiência: Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu entendimento. Este é o primeiro e o maior mandamento. O segundo é semelhante a este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. A estes dois mandamentos se reduz toda a Lei e os profetas.

Reparai agora no Mestre reunido com os seus discípulos, na intimidade do Cenáculo. Aproxima-se o momento da sua Paixão, e o Coração de Cristo, rodeado daqueles a quem ama, estala em labaredas inefáveis: Dou-vos um mandamento novo, confia-lhes: que vos ameis uns aos outros, como eu vos amei; e que, como eu vos amei, assim também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros.

Para nos aproximarmos do Senhor através das páginas do Santo Evangelho, recomendo sempre que nos esforcemos por meter-nos de tal modo na cena, que dela participemos como um personagem mais. Sei de tantas almas normais e comuns que o fazem! Assim chegaremos a ensimesmar-nos, como Maria de Betânia, que permanecia pendente das palavras de Jesus; ou nos atreveremos, como Marta, a manifestar-lhe sinceramente as nossas inquietações, até as mais insignificantes.

Senhor! Por que chamas novo a este mandamento? Como acabamos de escutar, o amor ao próximo já estava prescrito no Antigo Testamento, e todos nos lembramos também de que Jesus, logo nos começos da sua vida pública, ampliou essa exigência com divina generosidade: Ouvistes o que foi dito: amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu vos peço mais: amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos aborrecem e orai pelos que vos perseguem e caluniam.

Senhor! Permite-nos insistir: por que continuas chamando novo a este preceito? Naquela noite, poucas horas antes de te imolares na Cruz, durante essa conversa cheia de intimidade com os que - apesar das suas fraquezas e misérias pessoais, como as nossas - te haviam acompanhado até Jerusalém, Tu nos revelaste a medida insuspeitada da caridade: como eu vos amei. Como não haviam de entender-te os Apóstolos, se tinham sido testemunhas do teu amor insondável!

A pregação e o exemplo do Mestre são claros, precisos. Sublinhou com obras a sua doutrina. E, no entanto, tenho pensado muitas vezes que, depois de vinte séculos, esse mandamento ainda continua a ser novo, porque muito poucos homens se preocuparam de praticá-lo; a maioria preferiu e prefere não tomar conhecimento. Com um egoísmo exacerbado, concluem: Para que mais complicações, se já me bastam e me sobram as minhas?

Não é concebível semelhante atitude entre os cristãos. Se professamos essa mesma fé, se deveras ambicionamos pôr os pés sobre o trilho nítido que deixaram na terra as pegadas de Cristo, não devemos conformar-nos com a preocupação de evitar aos outros os males que não desejamos para nós mesmos. Isso é muito, mas é pouco, quando compreendemos que a medida do nosso amor se define pelo comportamento de Jesus. Além disso, Ele não nos propõe essa norma de conduta como uma meta longínqua, como o coroamento de toda uma vida de luta. É - deve ser, insisto, para que o traduzas em propósitos concretos - o ponto de partida, porque Nosso Senhor o estabelece como sinal prévio: Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos.

Jesus Cristo, Nosso Senhor, encarnou-se e assumiu a nossa natureza para se mostrar à humanidade como modelo de todas as virtudes. Aprendei de mim - convida-nos Ele -, que sou manso e humilde de coração. Mais tarde, porém, quando explicar aos Apóstolos o sinal pelo qual serão reconhecidos como cristãos, não lhes dirá: porque sois humildes. Ele é a pureza mais sublime, o Cordeiro imaculado; nada podia macular a sua santidade perfeita, sem mancha. Mas também não afirma: perceberão que estão diante dos meus discípulos porque sois castos e limpos. Passou por este mundo no mais completo desprendimento dos bens da terra; sendo o Criador e Senhor de todo o Universo, faltava-lhe até um lugar onde reclinar a cabeça. No entanto, não comenta: saberão que sois dos meus porque não vos apegastes às riquezas. Permanece durante quarenta dias, com suas noites, no deserto, em jejum rigoroso, antes de se dedicar à pregação do Evangelho. E, do mesmo modo, não assevera aos seus: compreenderão que servis a Deus porque não sois comilões nem bebedores.

A característica que distinguirá os apóstolos, os cristãos autênticos de todos os tempos, já a ouvimos: Nisto - precisamente nisto - conhecerão todos que sois meus discípulos, em que tendes amor uns aos outros.

Parece-me perfeitamente lógico que os filhos de Deus se tenham sentido sempre profundamente tocados - como tu e eu nestes momentos - com essa insistência do Mestre. Como prova da fidelidade dos seus discípulos, o Senhor não estabelece os prodígios ou os milagres inauditos, embora lhes tenha conferido o poder de os realizar, no Espírito Santo. Que lhes comunica? Saberão que sois meus discípulos se vos amardes uns aos outros.

Não odiar o inimigo, não retribuir o mal com o mal, renunciar à vingança, perdoar sem rancor, eram coisas que então - e ainda hoje, não nos enganemos - se consideravam como uma conduta insólita, demasiado heróica, fora dos padrões normais. Até aqui chega a mesquinhez das criaturas.

Jesus Cristo, que veio salvar todos os homens e deseja associar os cristãos à sua obra redentora, quis ensinar aos seus discípulos - a ti e a mim - uma caridade grande, sincera, mais nobre e valiosa: devemos amar-nos mutuamente como Ele ama a cada um de nós. Só desta maneira, imitando - dentro da nossa rudeza pessoal - os modos divinos, conseguiremos abrir o nosso coração a todos os homens, amar de um modo mais alto, inteiramente novo.

Que bem puseram os primeiros cristãos em prática esta caridade ardente, que sobressaía com excesso para lá dos cumes da simples solidariedade humana ou da benignidade de caráter! Amavam-se entre si, doce e fortemente, enraizados no Coração de Cristo. Um escritor do século II, Tertuliano, transmitiu-nos o comentário que os pagãos faziam ao contemplarem, comovidos, a conduta dos fiéis do seu tempo, tão cheia de atrativo sobrenatural e humano: Vede como se amam, repetiam.

Se percebes que tu - agora ou em tantos pormenores do teu dia - não mereces esse louvor, que o teu coração não reage como devia às instâncias divinas, pensa também que chegou para ti o tempo de retificar. Atende ao convite de São Paulo: Façamos o bem a todos, especialmente aos que pela fé pertencem à nossa própria família, ao Corpo Místico de Cristo.

Não vos comove que o Apóstolo João, já na velhice, empregue a maior parte de uma das suas epístolas em exortar-nos a manter uma conduta de acordo com essa doutrina divina? O amor que deve existir entre os cristãos nasce de Deus, que é Amor. Caríssimos, amemo-nos uns aosoutros, porque a caridadeprocede de Deus, e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é Amor. Detém-se na caridade fraterna, pois por Cristo fomos convertidos em filhos de Deus. Considerai que amor nos manifestou o Pai em querer que fôssemos chamados filhos de Deus e que o sejamos na realidade.

E, enquanto fere energicamente as nossas consciências, para que se tornem mais sensíveis à graça divina, insiste em que recebemos uma prova maravilhosa do amor do Pai pelos homens: Nisto se manifestou a caridade de Deus para conosco: em que Deus enviou o seu Filho unigênito ao mundo, para que por Ele tenhamos a vida. O Senhor tomou a iniciativa, vindo ao nosso encontro. Deu-nos esse exemplo para que acorramos junto com Ele a servir os outros, para que - gosto de repeti-lo - ponhamos generosamente o nosso coração no chão, de modo que os outros pisem macio e se torne mais amável a sua luta. Devemos comportar-nos assim porque fomos feitos filhos do mesmo Pai, desse Pai que não duvidou em entregar-nos o seu Filho muito amado.

Não somos nós que construímos a caridade; ela nos invade com a graça de Deus, porque foi Ele que nos amou primeiro. Convém que nos impregnemos bem desta verdade belíssima: Se podemos amar a Deus, é porque por Deus fomos amados. Tu e eu estamos em condições de esbanjar carinho a mãos cheias entre os que nos rodeiam, porque nascemos para a fé pelo Amor do Pai. Pedi ousadamente ao Senhor este tesouro, esta virtude sobrenatural da caridade, para levá-la à prática até o seu último detalhe.

Com freqüência nós, os cristãos, não soubemos corresponder a esse dom; às vezes o rebaixamos, como se não passasse de uma esmola sem alma, fria; ou o reduzimos a atitudes de beneficência mais ou menos formalista. Exprimia bem esta aberração a resignada queixa de uma doente: Aqui tratam-me com caridade, mas minha mãe cuidava de mim com carinho. O amor que nasce do coração de Cristo não pode dar lugar a esse gênero de distinções.

Para que esta verdade se gravasse de uma forma plástica na vossa cabeça, preguei em milhares de ocasiões que nós não possuímos um coração para amar a Deus e outro para querer bem às criaturas: este nosso pobre coração, de carne, ama com um carinho humano que, se estiver unido ao amor de Cristo, é também sobrenatural. Esta e não outra é a caridade que devemos cultivar na alma, a que nos levará a descobrir nos outros a imagem de Nosso Senhor.

Com o nome de próximo - diz São Leão Magno -, não devemos considerar apenas os que se unem a nós pelos laços da amizade ou do parentesco, mas todos os homens, com quem temos uma comum natureza . Um só Criador nos fez, um só Criador nos deu a alma. Todos desfrutamos do mesmo céu e do mesmo ar, dos mesmos dias e das mesmas noites, e embora uns sejam bons e outros maus, uns justos e outros injustos, Deus, no entanto, é generoso e benigno com todos.

Os filhos de Deus forjam-se na prática desse mandamento novo, aprendem na Igreja a servir e não a ser servidos, e sentem-se com forças para amar a humanidade de um modo novo, em que todos perceberão o fruto da graça de Cristo. O nosso amor não se confunde com a atitude sentimental, nem com a simples camaradagem, nem com o propósito pouco claro de ajudar os outros para provarmos a nós mesmos que somos superiores. É conviver com o próximo, venerar - insisto - a imagem de Deus que há em cada homem, procurando que também ele a contemple, para que saiba dirigir-se a Cristo.

Universalidade da caridade significa, por isso, universalidade do apostolado; significa traduzirmos em obras e de verdade o grande empenho de Deus, que quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade.

Se devemos amar também os inimigos - refiro-me aos que nos incluem entre os seus inimigos; eu não me sinto inimigo de ninguém nem de nada -, temos de amar com mais razão os que simplesmente estão longe, os que nos são menos simpáticos, os que, pela sua língua, pela sua cultura ou educação, se parecem ao que há de mais oposto a ti e a mim.

De que amor se trata? A Sagrada Escritura fala-nos de dilectio - dileção -, para que se compreenda bem que não se refere apenas ao afeto sensível. Exprime antes uma determinação firme, da vontade. Dilectio deriva de electio, escolha. Eu acrescentaria que amar, em linguagem cristã, significa querer querer, decidir-se em Cristo a promover o bem das almas sem discriminações de gênero algum, conseguindo para elas, antes de mais nada, o que há de melhor: que conheçam Cristo, que se enamorem dEle.

O Senhor insta conosco: Portai-vos bem com os que vos aborrecem e orai pelos que vos perseguem e caluniam. Pode ser que não nos sintamos humanamente atraídos pelas pessoas que nos repeliriam, se delas nos aproximássemos. Mas Jesus exige que não lhes retribuamos o mal com o mal; que não desaproveitemos as ocasiões de servi-las com o coração, ainda que nos custe; que não deixemos nunca de tê-las presentes em nossas orações.

Essa dilectio, essa caridade, reveste-se de matizes mais íntimos quando se refere aos irmãos na fé, e especialmente aos que, por Deus assim o ter disposto, trabalham mais perto de nós: os pais, o marido ou a mulher, os filhos e os irmãos, os amigos e os colegas, os vizinhos. Se não existisse esse carinho, amor humano nobre e limpo, ordenado por Deus e nEle enraizado, não haveria caridade.

Pecaria por ingênuo quem pensasse que as exigências da caridade cristã se cumprem com facilidade. Muito diferente se mostra a realidade que experimentamos no dia-a-dia da humanidade e, infelizmente, no seio da Igreja. Se o amor não nos obrigasse a calar, cada um contaria uma longa história de divisões, de ataques, de injustiças, de murmurações, de insídias. Temos de admiti-lo com simplicidade, para tratar de pôr remédio adequado a essa situação, mediante um esforço pessoal por não ferir, por não maltratar, por corrigir sem deixar ninguém afundado.

Não são coisas de hoje. Poucos anos depois da Ascensão de Cristo aos céus, quando ainda andavam de um lado para outro quase todos os Apóstolos, e por toda a parte se notava um fervor esplêndido de fé e de esperança, já muitos começavam a desencaminhar-se, a não viver a caridade do Mestre.

Uma vez que há entre vós rivalidades e contendas - escreve São Paulo aos de Corinto -, não é evidente que sois carnais e vos comportais como homens? Porque, quando um diz: Eu sou de Paulo; e outro: Eu sou de Apolo, não se está vendo que ainda sois homens?, incapazes de compreender que Cristo veio transpor todas essas divisões? Que é Apolo? E que é Paulo? Ministros dAquele em quem acreditastes, na medida em que a cada um o Senhor o concedeu.

O Apóstolo não rejeita a diversidade: cada um tem de Deus o seu próprio dom, uns de uma maneira, outros de outra. Mas essas diferenças devem estar a serviço do bem da Igreja. Eu me sinto impelido agora a pedir ao Senhor - uni-vos, se o desejardes, à minha oração - que não permita que na Igreja a falta de amor semeie cizânia entre as almas. A caridade é o sal do apostolado dos cristãos: se o sal perde o sabor, como poderemos apresentar-nos diante do mundo e dizer-lhe de cabeça erguida: Aqui está Cristo?

Portanto, repito-vos com São Paulo: Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como bronze que soa ou como címbalo que tine. E ainda que tivesse o dom da profecia e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e tivesse toda a fé, a ponto de mudar os montes de um lado para outro, se não tiver caridade, nada sou. E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres e entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, nada disso me aproveita.

Perante estas palavras do Apóstolo das Gentes, há quem concorde com aqueles discípulos que, quando Nosso Senhor lhes anunciou o Sacramento da sua Carne e do seu Sangue, comentaram: Dura é esta doutrina, e quem a pode escutar? É dura, sim. Porque a caridade que o Apóstolo descreve não se limita à filantropia, ao humanitarismo ou à lógica comiseração pelo sofrimento alheio: exige o exercício da virtude teologal do amor a Deus e do amor, por Deus, aos outros. Por isso, a caridade nunca há de acabar, ao passo que as profecias passarão, e as línguas cessarão, e a ciência será abolida . Agora permanecem estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade; mas a maior delas é a caridade.

Já nos convencemos de que a caridade nada tem a ver com essa caricatura que às vezes se tem pretendido fazer da virtude central da vida do cristão. Então, por que a necessidade de pregá-la continuamente? Será que é um tema obrigatório, mas com poucas possibilidades de se manifestar em fatos concretos?

Se olharmos ao nosso redor, talvez achemos razões para pensar que a caridade é uma virtude ilusória. No entanto, considerando as coisas com sentido sobrenatural, descobriremos também a raiz dessa esterilidade: a ausência de uma vida de relação intensa e contínua, de tu a Tu, com Nosso Senhor Jesus Cristo; e o desconhecimento da obra do Espírito Santo na alma, cujo primeiro fruto é precisamente a caridade.

Citando uns conselhos do Apóstolo - Levai uns as cargas dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo -, acrescenta um Padre da Igreja: Se amarmos a Cristo, suportaremos facilmente a fraqueza dos outros, mesmo a daquele que ainda não amamos por não ter obras boas.

É assim que se vai elevando o caminho que nos faz crescer na caridade. Se pensássemos que devemos primeiro ocupar-nos em atividades humanitárias, em obras assistenciais, excluindo o amor do Senhor, estaríamos enganados. Não descuidemos Cristo por causada preocupação pelo próximo enfermo, já que devemos amar o enfermo por causa de Cristo.

Olhai constantemente para Jesus, que, sem deixar de ser Deus, se humilhou tomando a forma de servo para poder servir-nos, porque só seguindo nessa mesma direção é que despertam os anseios que valem a pena. O amor busca a união, procura identificar-se com a pessoa amada; e, ao unir-nos a Cristo, suscita em nós a ânsia de secundar a sua vida de entrega, de amor incomensurável, de sacrifício até a morte. Cristo situa-nos perante o dilema definitivo: ou consumirmos a nossa existência de forma egoísta e solitária; ou dedicarmo-nos com todas as forças a uma tarefa de serviço.