Lista de pontos
Dizes, desse teu amigo, que freqüenta os Sacramentos, que é de vida limpa e bom estudante, mas que não “entrosa”; se lhe falas de sacrifício e apostolado, fica triste e vai-se embora.
Não te preocupes. - Não é um fracasso do teu zelo; é, à letra, a cena que narra o Evangelista: “Se queres ser perfeito, vai e vende tudo o que tens e dá-o aos pobres” (sacrifício)… “e vem depois e segue-me” (apostolado).
O adolescente "abiit tristis" - também se retirou entristecido; não quis corresponder à graça.
És, entre os teus, alma de apóstolo, a pedra caída no lago. - Provoca, com o teu exemplo e com a tua palavra, um primeiro círculo…; e este, outro… e outro, e outro… Cada vez mais largo.
Compreendes agora a grandeza da tua missão?
Não tenhas inimigos. - Tem apenas amigos… da direita - se te fizeram ou quiseram fazer-te bem - e… da esquerda - se te prejudicaram ou tentaram prejudicar-te.
Certo: fazes melhor trabalho com essa conversa familiar ou com aquela confidência isolada, do que discursando - espetáculo, espetáculo! - em lugar público, perante milhares de pessoas.
Contudo, quando for preciso discursar, discursa.
É verdade que chamei o teu apostolado discreto de “silenciosa e operativa missão”. - E não tenho nada que retificar.
Parece-me tão bem a tua devoção pelos primeiros cristãos, que farei o possível por fomentá-la, para que pratiques - como eles -, cada dia com mais entusiasmo, esse Apostolado eficaz de discrição e de confidência.
Quando puseres em prática o teu “apostolado de discrição e de confidência”, não me digas que não sabes o que hás de dizer. - Porque te direi com o salmo: "Dominus dabit verbum evangelizantibus virtute multa" - o Senhor põe na boca dos seus apóstolos palavras cheias de eficácia.
Essas palavras que tão a tempo deixas cair ao ouvido do amigo que vacila; a conversa orientadora que soubeste provocar oportunamente; e o conselho profissional que melhora o seu trabalho universitário; e a discreta indiscrição que te faz sugerir-lhe imprevistos horizontes de zelo… Tudo isso é “apostolado da confidência”.
“Apostolado do almoço”. É a velha hospitalidade dos Patriarcas, com o calor fraternal de Betânia. - Quando se pratica, parece que se entrevê Jesus presidindo, como em casa de Lázaro.
Urge recristianizar as festas e os costumes populares. - Urge evitar que os espetáculos públicos se vejam nesta disjuntiva: ou piegas ou pagãos.
Pede ao Senhor que haja quem trabalhe nessa tarefa urgente, a que podemos chamar “apostolado da diversão”.
Do “apostolado epistolar” me fazes um bom panegírico. - Escreves: “Não sei como encher o papel falando de coisas que possam ser úteis a quem recebe a carta. Quando começo, digo ao meu Anjo da Guarda que, se escrevo, é com o fim de que sirva para alguma coisa. E mesmo que só diga bobagens, ninguém me pode tirar - nem tirar a ele - o tempo que passei pedindo o que sei que mais necessita a alma daquele a quem vai dirigida a minha carta”.
“A carta apanhou-me nuns dias tristes, sem motivo algum, e ao lê-la animei-me extraordinariamente, sentindo como trabalham os outros”.
- E outro: “As suas cartas e as notícias dos meus irmãos ajudam-me como um sonho feliz diante da realidade de tudo o que apalpamos…”
- E outro: “Que alegria receber essas cartas e saber-me amigo desses amigos!”
- E outro, e mil: “Recebi a carta de X., e me envergonho ao pensar na minha falta de espírito, comparado com eles”.
Não é verdade que é eficaz o “apostolado epistolar”?
Documento impresso de https://escriva.org/pt-br/book-subject/camino/28862/ (08/05/2024)